Avaliação para os privados de liberdade serve para certificar jovens e adultos nos ensinos Fundamental e Médio
Junior tem 46 anos e um sonho de liberdade. Ele está recluso no Centro de Detenção Provisória (CDP) “Dr. Félix Nobre de Campos” de Taubaté e acaba de concluir o Ensino Fundamental dentro do cárcere. Ele faz parte de um grupo de 432 reeducandos custodiados pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) que cursam os ensinos Médio e Fundamental em unidades prisionais do Vale do Paraíba.
Junior e os demais participaram do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) para Pessoas Privadas de Liberdade (PPL). A prova foi realizada no ano passado e, no total, 150 participantes da região foram aprovados.
O taubateano Junior é um exemplo de quem encontrou na unidade prisional a chance para recomeçar. “Infelizmente, eu não soube aproveitar as oportunidades. Eu tinha casa, pai e mãe, mas, o universo do crime me levou a abandonar a escola”, resume. “O tempo foi passando e a idade avançando; aí, não tive mais vontade ou coragem de retornar para escola”, completa.
Agora, o reeducando pensa em continuar os estudos e o próximo passo é concluir o Ensino Médio. “Mesmo sem diploma, sempre fiz questão de exigir que meus filhos fossem alunos dedicados, pois sei a diferença que faz não ter estudado”, reflete.
Sobre o Encceja
Realizado pelo Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Encceja PPL serve para certificar, de uma forma mais ágil, participantes que não puderam ou tiveram dificuldades em finalizar o ensino regular na idade apropriada para cada nível.
Em todo o Estado de São Paulo, participaram da certificação do Encceja 18.445 reeducandos, sendo aprovados 3.620 estudantes custodiados.