Com o avanço e ao longo da pandemia, muito se discutiu sobre a questão da educação, não só no país como no mundo, principalmente sobre questões como a hibridização do ensino e a transição do ensino presencial para o ensino remoto.
O fechamento das escolas e universidades foi alvo de intensos debates e discussões sobre o que seria mais adequado para o momento: o cancelamento das aulas, ou a migração para o modelo online de ensino.
No Brasil este debate se fez extremamente importante, visto que grande parte da população estudantil não possui condições de acompanhar as aulas caso elas sejam realizadas de maneira remota, devido à questões financeiras, principalmente.
No entanto, no atual cenário de transição, onde as campanhas de vacinação são responsáveis pelo retorno das aulas presenciais em grande parte do país, de maneira gradual, muito se debate sobre a importância do investimento em ciência e tecnologia.
Já há muito tempo o papel da ciência e do cientista é mal-compreendido e por vezes deixado de lado no cenário nacional, de modo que saber a abreviação de mestre e doutor já é muito para quem não está inserido no meio.
Isso não é apenas culpa da sociedade, sendo que a própria universidade e a academia se fecham em muros muitas vezes inacessíveis para a maior parte da população. Não é de se estranhar que grande parcela dos brasileiros não compreenda a importância da ciência.
No entanto, o ponto é contribuir para o conhecimento geral e não julgar ou apontar culpados por isso ou por aquilo. Com este contexto em mente, vamos entender um pouco mais do que é o Mestrado e o Doutorado, as principais modalidades de especialização no país.
O mestrado e a continuidade no desenvolvimento de um projeto
Logo após finalizar a graduação e ter contato com diversas questões burocráticas e acadêmicas, como regras da ABNT, prazos e editais de concursos e até saber a abreviatura de mestre nas normas da ABNT, adivinhe? Sim, há mais burocracia no mestrado!
No entanto, aqui as pesquisas desenvolvidas começam a ser um pouco mais relevantes do que as pesquisas realizadas no nível de graduação.
No mestrado e no doutorado, por exemplo, algo que é extremamente cobrado é a aplicabilidade real das pesquisas e projetos desenvolvidos, algo que não é tão comum na graduação, visto que a faculdade é o momento de preparar e formar um pesquisador.
De acordo com a revista Super Interessante, de maneira simples, o Mestrado nada mais é do que um aprofundamento na pesquisa.
Neste momento, o aluno terá contato com temas como a Coleta de Dados, a criatividade para desenvolver trabalhos inovadores e até a docência.
O mestrado costuma ter em média uma duração de dois anos e requer uma pesquisa um pouco mais densa do que a realizada na monografia do TCC, por exemplo, requerendo viagens, coletas de dados e análises de dados.
Após a conclusão do mestrado, se obtém o título de mestre em uma determinada área de atuação. Por exemplo, no caso de biólogos, podem ser mestres em comportamento animal, fisiologia ou genética.
Doutorado e a independência como pesquisador
O grande fator de diferenciação entre o Mestrado e as especializações mais avançadas, como o doutorado e o pós-doutorado, é a exigência de um orientador para guiar sua pesquisa e seu projeto acadêmico em diversos pontos.
Desde burocracias, prazos, possibilidade de bolsas, métodos e protocolos, os orientadores possuem um papel fundamental no desenvolvimento de um novo pesquisador.
No Brasil, o título de doutor é equivalente ao PhD nos Estados Unidos, com algumas pequenas ressalvas, mas de maneira geral os níveis de pesquisa são os mesmos quando comparamos ambos.
Um pouco mais longo e exigente do que o mestrado, o doutorado possui em média quatro anos de duração e requer mais do aluno, sendo o principal foco desta modalidade a geração de pesquisas e projetos inovadores em diferentes áreas.
De forma geral, para a realização do Doutorado é necessário que o candidato tenha pelo menos o grau de mestre, salvo algumas exceções de universidades e instituições de ensino.
Pós-Doutorado, Livre-Docência e a formação de novos pesquisadores
Depois de praticamente vinte anos de estudo, se formos considerar todo o ensino fundamental, o ensino médio, a graduação, o mestrado e o doutorado, chega o tão esperado momento de contribuir para a formação de novos pesquisadores.
Durante o pós-doutorado, o pesquisador não obtém nenhum título novo ao apresentar sua tese e também necessita orientar alunos de mestrado e doutorado.
Por fim, a livre-docência é o maior grau acadêmico que um cientista ou pesquisador pode atingir em nosso país, sendo obtido através de um concurso público após pelo menos cinco anos como doutor ou como pós-doutor.
Neste momento, o pesquisador já é capacitado para dar aulas em universidades, ministrar cursos e atuar como autoridade extrema em sua área de atuação.
Algumas universidades do país exigem o título de Livre Docente como requisito mínimo para seus professores titulares, como por exemplo:
- USP
- UNESP
- Unicamp
E diversas outras universidades federais do país, como a UFRJ, por exemplo. Portanto, a geração de conhecimento e novas tecnologias no país depende, intrinsecamente, do investimento em educação pública de qualidade, sobretudo no ensino superior.