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ITA abre exposição Habitas e apresenta o passo a passo do retrofit sustentável da Casa Niemeyer

Foto: divulgação/Assessoria de Imprensa
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Casa idealizada pelo arquiteto mais renomado do país foi reformada dentro do conceito de sustentabilidade, em parceria entre academia e setor privado

O Projeto Habitas inaugura neste mês a Casa Niemeyer, localizada no campus do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP). Os interessados poderão conferir, a partir de 24 de fevereiro, a exposição Habitas na Casa Niemeyer. A mostra física é exclusiva para grupos fechados de gestores, arquitetos, engenheiros e profissionais ligados à construção civil, e o público em geral terá acesso a um tour virtual no site do projeto (http://projetohabitas.org). 

A exposição é uma oportunidade para conhecer detalhes do trabalho de reforma e modernização que valoriza práticas sustentáveis, tendo como base uma das residências que integram o projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer, no bloco H17 da vila residencial do DCTA.

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Os visitantes – que serão reunidos em grupos pequenos e seguirão os protocolos de prevenção contra a covid-19 – poderão percorrer os cômodos do prédio histórico projetado na década de 1950, que teve sua originalidade preservada e ganhou tecnologia e materiais modernos em prol da sustentabilidade e conforto, a partir de uma proposta nascida no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e que envolveu uma série de pesquisadores e parceiros.

O cuidado do projeto de retrofit – processo de modernização de instalações antigas com o objetivo de corrigir problemas, torná-la mais segura, confortável e sustentável – pode ser visto em todos os espaços da casa. 

A estrutura e as fachadas mantêm as características originais, com exceção da inclusão de janelas direcionadas ao jardim lateral, para melhorar a ventilação, e a instalação de óculos em torno das janelas e aberturas voltadas para oeste, reduzindo a penetração de radiação solar nos picos de aquecimento. Projetados originalmente em concreto, os óculos foram alterados para utilização de EPS (isopor) para não comprometerem a estrutura, ganhando leveza e mantendo a robustez, com uma cobertura de malha metálica e argamassa. 

A porta da residência conta com acesso eletrônico, e a Sala de Estar teve o piso original restaurado e ganhou um visor com indicações de automação e inteligência (dashboard), tendo ainda sensores de conforto e poluição interna. Na garagem, está localizada a estação para carregamento do veículo elétrico.

Inteligente

A Casa Niemeyer é inteligente e conta com tecnologia para monitoramento do consumo de energia e água. O controle de temperatura e umidade também é automático. Os dados captados serão utilizados para a criação de algoritmos que trarão indicações como o horário em que o uso dos equipamentos otimiza a geração e o consumo de energia elétrica. Além disso, uma assistente de voz responde pelo acionamento de eletrônicos e eletrodomésticos por comandos de voz. 

A cozinha terá os eletrodomésticos conectados a economizadores de energia, com total monitoramento de consumo. Uma janela com abertura automática em caso de vazamento de gás é outra novidade.

Sustentabilidade

Durante a exposição, haverá espaço para apresentar todo o processo de obtenção da certificação AQUA-HQE, uma das mais importantes da construção civil, que propõe um novo olhar para sustentabilidade nas construções, buscando melhoria contínua de desempenho.

O projeto da Casa Niemeyer recebeu a certificação internacional na fase de pré-projeto e projeto por apresentar soluções para economia de energia e água; manutenção e conservação dos sistemas e equipamentos; gestão de resíduos; durabilidade dos materiais; ventilação e iluminação natural otimizadas; conforto acústico e térmico; garantia da qualidade do ar, da água e dos ambientes; climatização confortável e de alta eficiência energética. 

O projeto da Casa Niemeyer também se inscreveu para receber o selo pela execução da obra – a avaliação está em andamento.

Os visitantes ainda poderão observar o funcionamento de soluções sustentáveis como as placas solares fotovoltaicas e os painéis solares híbridos, além das instalações para aproveitamento de água pluvial, interligada ao reservatório nos fundos da casa.

Espécies nativas

O paisagismo natural da Casa Niemeyer privilegia espécies nativas do cerrado, bioma presente no terreno. Na residência, podem ser vistas flores e plantas do cerrado, assim como a grama Batatais, uma das marcas registradas do DCTA. Essas espécies são mais resistentes e demandam menor quantidade de água, reduzindo o consumo para o paisagismo.

A área de serviço tem uma composteira orgânica. Os banheiros da casa receberam chuveiros híbridos (elétrico e boiler solar) e medidores de consumo.

No segundo piso, os três quartos tiveram o piso original restaurado, instalação de vidros e substituição das esquadrias por alumínio. Aliás, esse é um dos aspectos que se destaca por toda a extensão da Casa Niemeyer: a utilização de vidros especiais e alumínio, seguindo a proposta de uso de materiais com características sustentáveis.

Todos os detalhes da casa reforçam o compromisso do Projeto Habitas com a economia de recursos, focando na redução de impactos socioambientais e na autossuficiência. 

Espaço Memória

Com curadoria do fotógrafo Lucas Lacaz, o Espaço Memória trará imagens, vídeos e textos sobre o início do ITA e do DCTA, em uma cronologia que mostra as mudanças nas construções, inclusive com fotos antigas do próprio prédio da Casa Niemeyer. Alguns móveis de época também compõem o espaço.

Dentro da proposta de economia circular, a exposição destaca obras de arte feitas pela artista Jô Gattás e pela Stylia Arte em Vidro com sobras de vidro da reforma. Peças produzidas com o reaproveitamento de madeira parcial de batentes, como a bancada da pia e os rodapés – assim como as molduras das janelas em madeira, utilizadas como bases para espelhos e quadros – ficam expostas, reforçando o trabalho de ressignificação dos materiais.

SOBRE O PROJETO HABITAS

Criado a partir da comunidade acadêmica do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o Projeto Habitas tem como finalidade contribuir para uma melhor compreensão de técnicas, métodos e tecnologias sustentáveis no âmbito da administração pública, estabelecendo um novo sistema a ser adotado nas reformas e novos projetos de edificações públicas. Contempla a reforma de duas edificações do campus do DCTA, em São José dos Campos (SP). A primeira parte compreende uma reforma de prédio residencial (projetado por Oscar Niemeyer) com certificação AQUA-HQE. A segunda visa uma mudança da destinação de uma edificação no campus para uma Casa de Cultura & Sustentabilidade, com certificação Living Building Challenge.

PARCEIROS HABITAS

Em projetos e institucionais:

Otta Albernaz Arquitetura e Design, TecSUS, LarVerdeLar, Conecte Solar, Leal Energia, Natus Garden, Fundação Vanzolini, ITAEx, 3F Studio e Cabana Press.

Em materiais e tecnologias:

Electrolux, BYD, Loopkey, Bona, W&W Química, Permetal, Florense, WEG, Cebrace, Udinese, Amanco, Casa Blindex, Roca, Thermotini, uidoni, Aditive sua Obra, ABB e Isorecort.

Em materiais e instalações:

OHL Energia, TecSUS, Guimarães Construtora, RLV Raspadora, Portale Mármores, Tempervale Esquadrias, STR Ar Condicionado, NC Manutenção, NIP BR, Centrão das Bombas, Leroy Merlin e Universo Materiais Elétricos.

Também estão envolvidos nos projetos executivos os professores e pesquisadores do ITA e DCTA: Jenner Arduíno (Arquitetura), Márcio Antônio Pimentel (Engenharia Civil), Paulo Ivo Braga de Queiroz (Engenharia Civil), John Bernhard Kleba (Sociologia), Maryangela Geimba de Lima (Engenharia Civil), Monica Maria (Engenharia Civil), Diogo Ramos (Computação), Jacqueline Ramis (Arquitetura), Fernanda Borges (Arquitetura), Mariana Chaves (Engenharia Civil), Dafne Brito (Engenharia Civil) e Jéssica Meireles (Engenharia Civil), entre outros.

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