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Carreata pede fim do isolamento social em Pindamonhangaba. Ministério Público responde

Carreata pede fim do isolamento social em Pindamonhangaba. Ministério Público responde
(Foto: divulgação)
(Foto: divulgação)

Na manhã deste sábado (28), uma carreata pelas ruas de Pindamonhangaba, pediu a volta ao trabalho. Devido a pandemia do coronavírus, foram criadas medidas estaduais e municipais, determinando o isolamento social, que a população fique em casa e também a restrição do comércio, para evitar aglomerações.

A carreata se reuniu em frente a Dokar Veículos com pessoas em carros e motocicletas e logo em seguida percorreu por algumas ruas da cidade. Os participantes são à favor da volta ao trabalho. De acordo com os participantes, Pindamonhangaba, o Brasil não podem parar por que o salário, a comida vão acabar e segundo eles, pode acontecer o caos, inclusive na economia.

Eles acreditam que tomando os devidos cuidados com a higiene, limpeza, e distanciamento, os trabalhos podem continuar e a economia não será afetada. Pior que a propagação do vírus, pode ficar também com a falta de dinheiro, comida, onde pessoas podem começar a cometer delitos para se manterem.

Em entrevista, um dos apoiadores da volta ao trabalho disse que a carreata não está sendo feita para ser levantada a bandeira do Bolsonaro, mas sim para voltar a viver. “Não é que a gente está levantando a bandeira do Bolsonaro, não é a passeata do Bolsonaro, é a passeata pra voltar a viver, cada um ter seu salário para viver”, disse um dos participantes.

O isolamento social foi determinado não só em Pindamonhangaba, como em vários estados e países para evitar a contaminação e a propagação do vírus, para que menos pessoas sejam contaminadas e para assegurar a segurança para o grupo de risco, os idosos que tem menos chances de se recuperarem de uma possível contaminação, ainda mais se já apresentarem problemas respiratórios ou outro problema de saúde e não corram risco de morte.

Ministério Público do Estado de São Paulo

O Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio da Promotoria de Justiça de Saúde Pública e da Proteção dos Direitos Humanos da Comarca de Pindamonhangaba, divulgou recomendações administrativas, referentes as carreatas que estão sendo mobilizadas na cidade.

O documento diz que a alta escalabilidade viral do Covid-19 exige uma infraestrutura hospitalar (pública e privada) com leitos e quantidade de respiradores superiores em eventual contágio em massa e que está fora da realidade de qualquer centro médico de Pindamonhangaba.

Com relação a intitulada Mega Carreata Pindamonhangaba e todas as suas derivações, que pelas redes sociais vem convocando e convidando a população para diversas carreatas, opondo-se as medidas sanitárias já divulgadas quanto ao isolamento e quarentena decretadas pelo município e pelo Governo do Estado de São paulo no exercício de seu poder constitucional de polícia, gera risco à população e cria falsa expectativa quanto ao retorno imediato das atividades públicas e privadas.

O documento diz ainda que o retorno às atividades pode em poucos dias, inviabilizar o atendimento público e privado de urgência e emergência, e esgotar todos os leitos de UTI e equipamentos existentes, fazendo com que os infectados e demais pacientes que necessitem desses serviços fiquem sem qualquer atendimento.

Desta maneira, o Ministério Público recomenda que a Polícia Militar e o município notifique os organizadores de todos os eventos que ocorram a partir deste sábado (28), a tomarem conhecimento do documento divulgado, para que fiquem cientes das normas sanitárias locais e estaduais bem como das diretrizes estabelecidas pela municipalidade e pela Polícia Militar, no exercício do direito de liberdade de expressão e de manifestação, sob pena de responsabilização civil e penal.

Caso exista aglomeração ou conduta que coloque em risco a saúde pública, será adotada as providências necessárias, com a cautela que a situação de fato exigir para evitar que a carreata prossiga ou seja realizada, evitando a propagação de maiores níveis de infecção no município.

A última parte do documento conclui que, os responsáveis pelo evento sejam submetidos a ação penal pública para condenação pelos crimes dos artigos 267, 268 e 330 do código penal, sendo condenados a indenizarem a sociedade de Pindamonhangaba em valores equivalentes aos dos respiradores pulmonares, sendo necessária a aquisição extra dos equipamentos tendo em vista a contribuição para o colapso do sistema de saúde municipal.

Veja o documento

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Até o dia 27 de março, de acordo com o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil tem 92 mortes e 3,4 mil casos confirmados de coronavírus. No mesmo dia, Pindamonhangaba registrou 69 notificações, com 4 casos descartados e nenhum confirmado. Uma mulher de 54 anos morreu com suspeita de contaminação da doença na madrugada desta sexta-feira (27). Na noite do mesmo dia, um idoso de 74 anos também morreu com suspeita de infecção da doença. O resultado dos exames podem atestar se as vítimas estavam infectadas ou não, mas ainda não ficaram prontos.

Os boletins epidemiológicos em Pindamonhangaba estão sendo divulgados após às 17h e todas as informações serão divulgadas.