Projeto da Starlink no Brasil prioriza área da educação, mas benefício da nova infraestrutura deve impactar diferentes áreas, incluindo a saúde.
Atualmente, todos os segmentos estão conectados à internet, demandando uma infraestrutura de telecomunicações mais segura, estável e abrangente.
Esses são objetivos do projeto da Starlink no Brasil, encabeçado pelo empresário bilionário, Elon Musk.
Elon Musk nasceu na África do Sul e fez seu primeiro negócio aos 12 anos. Atualmente, é reconhecido como um dos empresários mais ousados e inovadores do mundo, a frente de projetos como a SpaceX, empresa de exploração espacial, e a Starlink, de satélites.
O que é o projeto Starlink no Brasil?
O projeto da empresa no Brasil teve início com negociações entre Elon Musk e o Ministério das Comunicações, encabeçado pelo ministro, Fábio Faria.
A Starlink recebeu autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em janeiro de 2022 para iniciar as operações no país usando satélites não geoestacionários de baixa altitude.
Esses modelos, diferentemente dos satélites geoestacionários localizados a 35 mil quilômetros da Terra, localizam-se a cerca de 550 quilômetros do solo, operando em modelo de constelação com mais de 4 mil em todo o mundo.
O projeto discutido entre o ministro e o empresário prioriza a expansão da Starlink para região Norte por meio da Conexão amazônica, iniciativa voltada à área da educação.
Com a aprovação da Anatel para operar no Brasil, a Starlink já tinha iniciado uma cobertura para conexões no Sudeste, com estação de gateway localizada no interior de São Paulo e cobertura que engloba Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Caterina.
No Norte, serão dois gateways, um localizado em Manaus e outro em São Gabriel da Cachoeira, no extremo oeste do estado.
Com as duas unidades, cada uma com cobertura de até 1000 km, haverá uma cobertura de até 1000 escolas, localizadas em regiões remotas e, atualmente, sem conexão por meio da infraestrutura tradicional de telecomunicações.
O objetivo, portanto, é ampliar o acesso à conexão de internet em localidades que não recebem infraestrutura dos provedores usuais. Estima-se que será possível disponibilizar uma velocidade de transmissão de dados de até 300 megabits por segundo.
Uma curiosidade sobre os satélites da Starlink que operam agora no país é que eles podem ser vistos a olho nu, formando um tracejado no céu e confundidos, por vezes, com OVNIs.
Mas para ter uma melhor visão dos satélites é possível instalar aplicativos no celular que informam sobre o trajeto e onde localizar os equipamentos no céu. Para Android pode ser usado o Heavens Above e no iOS está disponível o Sky Live.
Impacto na área de serviços e produtos
Além da parceria governamental, as conexões viabilizadas pelos satélites da Starlink podem ser contratadas por empresas.
Os clientes precisam arcar com custos relacionados à estação de conexão e à mensalidade dos serviços, mas a opção traz vantagens.
Um exemplo é a velocidade da conexão. Devido à localização dos satélites mais próximos da Terra em relação às estações geoestacionárias, a latência (tempo de envio e recepção de dados) é menor.
A chegada da Starlink no cenário nacional abre novas possibilidades a diversos segmentos de serviços e produtos.
A área da educação, como visto, é a prioritária no projeto da empresa da região Norte. Mas há oportunidades de uso da tecnologia para monitoramento de queimadas, desmatamento e outras atividades ilegais na região.
Para empresas, a conexão mais rápida e com menor latência da Starlink é um oportunidade para implementação mais acertada de soluções como a Internet das Coisas (IoT).
A latência, estabilidade e segurança das conexões são aspectos sensíveis na implementação da IoT, mas a comunicação direta entre objetos não é apenas uma tendência e sim uma realidade em plantas industriais, cidades inteligentes, fazendas automatizadas e outras.
E em todo esse contexto, um dos principais benefícios, seja para empresas de serviços como de produtos e até mesmo no agronegócio, está à ampliação da conexão.
Regiões mais afastadas passam a ter disponibilidade de conexões seguras e ágeis, o que é uma demanda central para que negócios localizados nessas áreas possam desenvolver e modernizar-se.
Impactos na Medicina
Ainda que o projeto seja, inicialmente, direcionado à educação, é possível que, em breve, vejamos impactos em outros segmentos, incluindo à Medicina.
As escolas localizadas em áreas remotas da floresta Amazônica são as primeiras beneficiadas, mas a tecnologia deve ser ampliada conforme a nova infraestrutura de telecomunicação se estabeleça.
Com isso, unidades de saúde localizadas em áreas remotas poderão contar com novas tecnologias para facilitar as operações diárias, como softwares, computação em nuvem, IoT e outras.
Além das instituições de saúde, essas localidades demandam acompanhamento de populações vulneráveis in loco, como comunidades ribeirinhas e indígenas.
Com a conexão será possível fornecer serviços de saúde para esse público com atualizações em tempo real, o que é fundamental para um controle epidemiológico eficaz.
A expectativa é que o próprio fornecimento de serviços seja ampliado, pois a estabilidade e confiabilidades dessas conexões viabiliza atendimento via telemedicina, garantindo o acesso às especialidades médicas por parte das comunidades mais isoladas.
Portanto, a modernização da infraestrutura de telecomunicações e consequente aumento da conectividade é fundamental para difusão de novas tecnologias em saúde para todos, incluindo acesso a software de laudo, de gestão, telerradiologia e telemedicina.