De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a economia brasileira registrou um aumento de 2,4% em julho, em comparação com o mês anterior. Essa é a conclusão dos dados analisados pelo Monitor do PIB-FGV, um dos principais indicadores do Produto Interno Bruto brasileiro, que foi divulgado nesta quarta-feira (16) pela Fundação.
Apesar da projeção para o PIB de 2020 ainda seja de retração, segundo as estimativas do Ministério da Economia, o resultado crescente de julho em relação ao mês anterior mostra alguns sinais de recuperação da economia brasileira frente à crise gerada pela pandemia de Covid-19, ainda que em ritmo bastante lento.
“A economia segue em trajetória de crescimento no mês de julho. Após ter em abril o seu pior momento econômico, reflexo da pandemia de Covid-19, é possível enxergar considerável melhora em todas as atividades econômicas. Apesar dessa melhora, o país segue com cenário de alta incerteza e com o nível de atividade em patamar ainda muito baixo e se recuperando muito lentamente”, explica Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.
Outro indicador importante que também aponta um crescimento no mês de julho é o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), que registrou alta pelo terceiro mês seguido após abril. Na última medição, esse aumento foi de 2,15% em relação a junho.
Apesar do crescimento em comparação ao mês anterior, tanto a medição da FGV quanto do BC revelam uma retração frente ao mesmo período de 2019, o que de certa forma já era esperado, considerando o cenário atual. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, o resultado de julho de 2020 é 6,1% menor que o de 2019.
Ainda segundo o Monitor do PIB-FGV, houve declínio no consumo das famílias na ordem de 10,1%, enquanto que o consumo de serviços caiu 12,5% quando comparado ao mesmo período de 2019. De positivo, fica o aumento das exportações, com alta de 4,9% – acompanhando o crescimento do primeiro semestre, que foi de 10%, sustentado pelo agronegócio. Já as importações caíram 20%.
Setores digitais têm crescimento
Embora a pandemia tenha quebrado milhares de empresas e impactado negativamente em grande parte de setores de indústria, comércio e serviços, alguns segmentos viram um cenário de crescimento – todos eles ligados ao mundo digital. Essa realidade se explica pelo papel exercido pelos serviços online em diversos setores durante o isolamento social.
O aprendizado online foi um desses segmentos que acabaram se beneficiando. Com escolas e instituições de ensino físicas sofrendo restrições, o setor de cursos online viveu um período de crescimento, com cada vez mais pessoas buscando por cursos livres, pós-graduações e escolas de idiomas que promovem cursos online. No período de isolamento, o Google registrou um aumento de 130% nas buscas por especialização à distância.
Segundo um levantamento realizado pela Catho Educação, entre os dias 21 de março e 6 de abril, o número de matrículas em cursos EAD ou semipresenciais registrou um aumento de 68% frente ao período anterior. Na Udemy, uma das líderes do mercado de cursos online no Brasil, o crescimento de matrículas foi de 425%.
O e-commerce também registrou aumento nos últimos meses. Conforme dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), entre janeiro e maio, as empresas que apostaram no digital tiveram um faturamento com compras online 56,8% superior ao do mesmo período do ano anterior, com 65,7% pedidos a mais. Os nichos que obtiveram melhor resultado foram: beleza e perfumaria (107,4%), móveis (94,4%), eletroportáteis (85,7%), eletrônicos (68,4%) e esporte & lazer (66,8%).
Só entre os dias 3 e 13 de setembro, a chamada “Semana do Brasil” – período de promoções similar à Black Friday – registrou um volume de vendas de R$ 3,8 bilhões, um crescimento de 72% em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram 8,7 milhões de pedidos (aumento de mais de 60%) e um gasto médio de R$ 435 no varejo digital.
Não é à toa que as maiores altas de empresas listadas na Bolsa estão relacionadas ao e-commerce, casos da B2W (valorização de 70% no primeiro semestre), Magazine Luiza (50%), Lojas Americanas (38%) e Via Varejo (37%), todas entre as dez maiores altas da B3 nos seis primeiros meses de 2020.
Indústria do entretenimento
Outro exemplo é o da indústria do entretenimento. Nunca antes no país os serviços de streaming como Netflix, Amazon Prime, Globoplay, HBO Go, Spotify e outros foram tão utilizados. No primeiro semestre de 2020, o aumento foi de 60%, segundo o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic-BR), entidade ligada ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI-BR).
Quem puxou a fila de crescimento foi o Amazon Prime, que saltou para o segundo lugar entre os mais utilizados serviços de vídeo sob demanda, com fatia de mercado de 23%, ficando atrás apenas da Netflix (30%) e superando Globoplay (19%), HBO Go (7%) e Telecine Play (5%).
É possível citar outros setores que de certa forma se beneficiaram com o isolamento social, como o farmacêutico (mais de 120% de aumento com vendas online), supermercados, delivery de comida e bebidas, indústria de jogos e informática para produção de vídeos e serviços de casa e construção, por exemplo.
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