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TV Aparecida exibe documentário pelos 35 anos da morte do padre Ezequiel Ramin

Imagem: Reprodução/Divulgação
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A TV Aparecida vai exibir na sexta-feira (24/07), às 22h, um documentário sobre o padre Ezequiel Ramin, morto na cidade de Cacoal (RO), em 1985. São 35 anos da morte do religioso, que defendia os sem-terra e os indígenas. No mesmo dia, às 8h e 14h, a Rádio Aparecida exibe um programa especial em homenagem ao religioso.

Imagem: Reprodução/Divulgação

Padre Ezequiel foi um missionário comboniano (membro da congregação religiosa italiana fundada por Daniel Comboni), que dedicou sua vocação aos mais pobres e injustiçados no Brasil. Em Roma tramita o processo de beatificação do religioso, que é declarado Servo de Deus e proclamado “Mártir da Caridade” por São João Paulo II.

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Com produção dos Missionários Combonianos, o documentário “Ezequiel Ramin – Mártir da Opção pelos Pobres” é uma realização da Verbo Filmes. Padre Rafael Vígolo, coordenador do trabalho de divulgação da memória dos 35 anos da morte do religioso, diz que o legado de Ezequiel continua vivo.  “Percebo como a memória de Ezequiel continua viva no meio do povo. Assim como a vida de tantos outros mártires, o seu testemunho se tornou semente de novos cristãos, suscitando um compromisso renovado no seguimento de Cristo, que nos chama a abraçar uma missão profética e empreender caminhos de paz e justiça, em favor dos mais pobres e abandonados. Hoje há várias obras e atividades, tanto no campo social, quanto da evangelização, que nasceram e se inspiram na sua vida”, revela padre Rafael.

Imagem: Reprodução/Divulgação

Sobre o padre Ezequiel Ramin

O religioso é sinal e testemunha de um estilo de ser Igreja que opta pelos pobres, é fiel até o fim e se compromete com uma evangelização integrada à transformação da sociedade, mesmo que isso possa custar a própria vida, como fez Jesus.

Padre Ezequiel Ramin nasceu em Padova, na Itália, em 1953. Ainda jovem, decidiu dedicar sua vida aos mais pobres e necessitados como missionário além fronteiras. Foi ordenado sacerdote em 1980 e, aos 30 anos, foi enviado em missão ao Brasil. Depois de fazer um curso de português e da realidade brasileira em Brasília, foi destinado a trabalhar em Rondônia.

Não demorou muito para o padre Ezequiel se deparar com os conflitos de terra daquela região. Naquela época, eram muito comuns os pistoleiros. Matar gente, para alguns, havia se tornado uma profissão que rendia uma diária maior do que o trabalho do campo. Os pistoleiros eram contratados, de maneira sigilosa, entre os próprios trabalhadores rurais. E essa realidade incomodava profundamente o missionário. Ele não se continha diante das desigualdades sociais, da concentração dos bens da criação nas mãos de poucos, das injustiças, do uso da violência ou da manipulação das leis para oprimir os pequenos.

E Ezequiel colocou-se em defesa dos indígenas, que lhe tinham um grande apreço, e dos posseiros (trabalhadores rurais sem-terra) na luta pelo direito à terra e à vida digna, vivendo de modo muito concreto a opção pelos pobres. E essa postura lhe trouxe a estima dos pobres, mas atraiu a ira dos que achavam que um padre não poderia se comprometer nas questões sociopolíticas e ambientais, e deveria restringir seu ministério aos sacramentos. Em especial, ele despertou a ira dos fazendeiros e poderosos.

Logo chegaram as ameaças e as perseguições. Porém, Ezequiel manteve-se fiel até o fim. Como Jesus, ofereceu a Deus e ao povo, a sua vida e também a sua morte. Ele mesmo falou em uma das missas: “Não aprovamos a violência, embora recebamos violência. O padre que está falando, recebeu ameaças de morte. Querido irmão, se a minha vida lhe pertence, a minha morte também lhe pertencerá”. E assim aconteceu…

Mas o desfecho não foi bom: em 24 de julho de 1985, o padre Ezequiel Ramin, aos 32 anos de idade, foi brutalmente assassinado quando voltava de uma missão de paz, na qual havia visitado posseiros na Fazenda Catuva para pedir-lhes que se retirassem, pois corriam perigo. Foi vítima de uma emboscada por pistoleiros a mando de fazendeiros. Seu corpo recebeu muitos tiros de espingarda. Os mandantes do crime nunca foram presos.

TV Aparecida
Sexta-feira (24/07), às 22h
Documentário “Ezequiel Ramin – Mártir da Opção pelos Pobres”

Rádio Aparecida
Sexta-feira (24/07), às 8h e 14h
Especial Padre Ezequiel: Testemunho e Profetismo


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