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Ótica de São José dos Campos revitaliza carrinho de trabalhador do comércio ambulante

(Foto: divulgação/Assessoria de Imprensa)
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Parceria fez a diferença em ambos os negócios

Um antigo dito popular diz que o olhar é a linguagem do coração e, para o vendedor autônomo Wantoir José da Silva, de 66 anos, essa foi uma máxima que mudou sua vida. Nascido em Volta Redonda (RJ), Wantoir vive em São José dos Campos, no Jardim Pararangaba, e, há 37 anos, trabalha como vendedor de sorvetes e amendoins em um ponto no calçadão da cidade.

A renda gerada com o trabalho é a base de uma família de 12 filhos. De segunda a sábado, quem passa pelo centro de São José dos Campos pode avistar um belo carrinho na esquina da Rua Sete de Setembro. Mas a história nem sempre foi assim.

Até pouco tempo atrás, seu Wantoir realizava a venda dos produtos em um carrinho antigo e simples, mas sem perder o cuidado e a dedicação no preparo dos coquinhos e amendoins. O negócio foi crescendo e ele passou a vender sorvetes também, ficando bastante conhecido pelo público da região. O que seu Wantoir não sabia era que despertaria o olhar e a vontade de ajudar de um comércio, próximo ao seu ponto.

Sandro Malimpensa é sócio-diretor de uma rede de lojas da franquia Óticas Carol. Em uma visita ao estabelecimento, o empresário percebeu, junto aos sócios, que havia um carrinho bem simples próximo ao ponto, porém que carregava uma história bem interessante. “Quando chegamos aqui e queríamos reformar a nossa loja, entendemos que poderíamos trazer ao Wantoir algum benefício. Como o estabelecimento ia ficar diferente, mais ‘clean’ e organizado, a gente também queria que ele fosse contemplado. Reformamos o carrinho dele, trocando todo o aparato que ele usa. Criamos uma comunicação visual diferente”, conta.

Depois de uma conversa com Malimpensa e seus sócios, seu Wantoir recebeu a proposta de ter todo o carrinho revitalizado pela ótica. E o auxílio veio em boa hora. “Era um sonho revitalizar o meu carrinho, porém a situação financeira não me permitia. Quando encontramos essa mão amiga, aceitamos e não poderia ter sido melhor”, revela o vendedor.

“Estamos sempre conversando com ele para ajudá-lo a vender mais. Unir a nossa expertise de negócio e a experiência de 37 anos dele trabalhando no mesmo lugar são coisas importantes. Quando eu quero aprender algo sobre a região ou sobre os clientes, é com ele que eu converso. Reformar o carrinho, foi quase como se estivéssemos pedindo licença para reformar um negócio que está há anos no local”, complementa Sandro.

Mudando a visão da sociedade

Há mais de 20 anos no mercado, a Óticas Carol possui cerca de 1.300 lojas espalhadas por todo Brasil. De acordo com Sandro Malimpensa, sócio-diretor da unidade de São José dos Campos, a empresa tem orgulho em ser uma facilitadora nos processos sociais junto à comunidade.

Para isso, desenvolve alguns trabalhos como o projeto Pequenos Olhares, que atua no cuidado da saúde ocular de crianças, o projeto Caderneta da Visão, que pretende construir um histórico dos olhos, pautado em uma caderneta, como a de vacinação, além do projeto de Mutirões de Consultas nas escolas.

Para Malimpensa, a empresa deve assumir seu papel social e cuidar não apenas dos olhos, mas de toda sociedade. “As grandes empresas deveriam pensar melhor em uma população que possivelmente não tem acesso. Se podemos ajudar, por que não? Fico pensando em como poderíamos ter um Brasil muito melhor se as empresas começassem a contribuir de alguma forma, seja financeiramente, socialmente, com projetos ou capacitações, para transformar”, afirma.

Renovação

Enquanto os reparos aconteciam, seu Wantoir não parou de trabalhar. Inclusive, a movimentação em torno do espaço por causa da restauração gerou curiosidade em quem já conhecia o vendedor. Viviane Alves Peixoto, gerente da ótica, revela que a alegria de seu Wantoir depois da mudança foi grande. “Antes o carrinho dele era bem simples. Depois da reforma, percebemos que ele ficou muito mais feliz e motivado. Ações como essa são muito importantes”, diz.

Todo o pessoal da loja e dos comércios no entorno conhece o comerciante e o chama carinhosamente de “Tio do Coquinho”. “Minha relação com esse pessoal é a melhor possível! São todos muito amigos, generosos, sempre estendendo a mão quando precisamos”, conta seu Wantoir.

É uma grande troca de favores. São pessoas que o procuram para bater papo, contar histórias, pedir conselhos e, até mesmo, presenteá-lo em ocasiões especiais. Com todo carisma, ele atua quase como um psicólogo e confidente para os clientes e trabalhadores do centro. “Eu sempre fui assim. Durante 12 anos eu fui músico, viajei por diversos lugares e sempre levei a vida de forma leve, contando piada, com diversão. Não podemos carregar só problemas, não. Tristeza não paga dívida”, ri.

E, justamente por esse ar descontraído e agradável, seu Wantoir atrai os olhares e a simpatia de muita gente que passa pelo centro. Quanto aos agradecimentos, o vendedor não esconde a felicidade que carrega. Se o olhar realmente é a linguagem do coração, podemos afirmar que o coração do “Tio do Coquinho” transborda de gratidão. “A gente nunca perde a esperança, né?! Sempre sonhamos com dias melhores”, finaliza.

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