O joelho é uma das articulações mais exigidas do corpo humano, responsável por suportar peso, absorver impactos e permitir movimentos fundamentais para a locomoção.
Justamente por ser tão utilizado, está sujeito a diversos tipos de lesões, que podem afetar pessoas de todas as idades, desde atletas até idosos.
Saber como o ortopedista atua no diagnóstico e tratamento das lesões no joelho é fundamental para garantir uma recuperação adequada e evitar complicações no futuro.
Descubra, neste artigo, os principais tipos de lesões, como são avaliadas e quais os métodos de tratamento mais utilizados.
Principais tipos de lesões no joelho
Diversos fatores podem levar a lesões no joelho, incluindo traumas, movimentos repetitivos, prática esportiva intensa, envelhecimento, excesso de peso ou alterações anatômicas.
Entre as lesões mais comuns, destacam-se:
- Lesão de ligamentos: O joelho possui quatro principais ligamentos: cruzado anterior (LCA), cruzado posterior (LCP), colateral medial e colateral lateral. A ruptura ou estiramento dos ligamentos, principalmente o LCA, é comum em esportes de contato e movimentos de torção.
- Lesão de menisco: Os meniscos são estruturas de cartilagem responsáveis por amortecer e estabilizar o joelho. Lesões meniscais podem acontecer por torções, traumas ou desgaste progressivo, causando dor, inchaço e bloqueio articular.
- Tendinites: Inflamação nos tendões, geralmente resultante de esforço repetitivo ou sobrecarga, causando dor localizada, rigidez e limitação de movimentos.
- Condromalácia patelar: Amolecimento e desgaste da cartilagem atrás da patela, comum em jovens ativos, mulheres e praticantes de atividades de impacto.
- Luxações e fraturas: Saída da patela de sua posição, fraturas dos ossos do joelho ou deslocamentos após acidentes ou quedas.
Como o ortopedista diagnostica lesões no joelho
O diagnóstico correto é o primeiro passo para um tratamento eficiente. O ortopedista especialista em joelho inicia o processo com uma avaliação clínica detalhada, ouvindo o histórico do paciente, como e quando os sintomas começaram, se houve trauma, tipo de dor, episódios de travamento ou instabilidade, e limitações nas atividades diárias.
Em seguida, realiza o exame físico, avaliando:
- Mobilidade e amplitude dos movimentos
- Estabilidade da articulação
- Sinais de dor, inchaço, calor local ou crepitação
- Testes específicos para identificar lesões de ligamentos, meniscos e tendões
Para confirmar ou detalhar o diagnóstico, podem ser solicitados exames complementares, como:
- Raio-X: Indicado para avaliar ossos, descartar fraturas e identificar alterações estruturais.
- Ressonância magnética: Exame de escolha para identificar lesões de ligamentos, meniscos, cartilagens e tendões, além de inflamações e alterações internas.
- Ultrassonografia: Útil para avaliar tecidos moles, detectar líquido na articulação e lesões em tendões superficiais.
- Tomografia computadorizada: Em casos específicos, ajuda a detalhar fraturas ou reconstruir imagens em 3D para planejamento cirúrgico.
Tratamento das lesões no joelho: individualizado para cada caso
O tratamento vai depender do tipo, gravidade da lesão, idade, nível de atividade física e objetivos do paciente. De modo geral, pode envolver abordagens conservadoras ou cirúrgicas.
Tratamento conservador
- Repouso, gelo, compressão e elevação (protocolo RICE): Ajuda a controlar dor e inchaço nas fases iniciais.
- Uso de anti-inflamatórios e analgésicos: Alivia sintomas enquanto a lesão cicatriza.
- Fisioterapia: Essencial para fortalecer a musculatura ao redor do joelho, restaurar a amplitude de movimento e prevenir novas lesões.
- Órteses e imobilizadores: Em casos de instabilidade ou lesões leves, auxiliam na proteção articular.
- Modificação de atividades: Redução temporária de atividades que sobrecarregam o joelho.
Tratamento cirúrgico
Quando a lesão é grave, não responde ao tratamento conservador ou compromete a estabilidade e função do joelho, pode ser indicada cirurgia. Entre os procedimentos mais comuns estão:
- Artroscopia do joelho: Técnica minimamente invasiva para reparar ou remover lesões de menisco, cartilagem e corpos livres articulares.
- Reconstrução de ligamentos: Indicada para rupturas completas de LCA ou LCP, especialmente em pessoas jovens e ativas.
- Realinhamento ou correção de deformidades: Para casos de instabilidade patelar, desalinhamento ou alterações anatômicas.
- Prótese parcial ou total do joelho: Recomendada em situações de desgaste avançado (artrose) e perda importante de função.
Recuperação e prevenção de novas lesões
A reabilitação é parte essencial do sucesso do tratamento. O ortopedista acompanha de perto o progresso do paciente, ajustando o plano conforme a resposta clínica.
O retorno gradual às atividades físicas é orientado por fisioterapeutas, com foco no fortalecimento, alongamento e equilíbrio muscular.
A prevenção inclui manutenção do peso adequado, prática de exercícios de baixo impacto, uso de calçados apropriados, atenção à técnica esportiva e pausa para descanso em atividades repetitivas.
Conclusão
Lesões no joelho não devem ser ignoradas, pois podem comprometer a mobilidade e a qualidade de vida. O diagnóstico precoce e o acompanhamento com um ortopedista especializado são fundamentais para recuperar a função articular, aliviar sintomas e evitar complicações futuras.
Ao perceber dor, inchaço, instabilidade ou limitação no joelho, procure avaliação médica e siga as orientações para um retorno seguro às suas atividades.