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Santo Antônio do Pinhal recebe a premiada peça Momo e o Senhor do Tempo em duas sessões de graça

Foto: divulgação
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Adaptação teatral do livro Momo e o Senhor do Tempo, de Michael Ende, o espetáculo Momo e o Senhor do Tempo leva a assinatura da premiada encenadora Carla Candiotto. As apresentações acontecem em Santo Antônio do Pinhal, dia 20 de julho, em duas sessões – às 15h e 18h, com entrada franca.

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Prêmio Governador do Estado e vários troféus APCA, a diretora apresenta mais uma criação que segue a proposta de dialogar com crianças e adultos, predominantemente por meio do humor, com tiradas inteligentes e montagens exigentes em termos de cenários, figurino, luz e música.

Reconhecida pela alta qualidade de suas produções, Carla não abre mão de trabalhar com equipe de criativos premiados e conhecedores de sua linguagem artística. Na seleção do elenco, Candiotto também acertou. Camila Cohen, Eric Oliveira, Ernani Sanchez, Fabricio Licursi, Victor Mendes e Thiago Amaral (stand-in) levaram o APCA 2022 de Melhor Elenco. Mérito da encenadora.Com cenário de André Cortez, iluminação de Wagner Freire, figurino de Chris Aizner, e direção de produção de Rodrigo Matheus, Momo tem o elenco formado pelos atores Camila Cohen, Eric Oliveira, Ernani Sanchez, Fabricio Licursi e Victor Mendes, todos de forte tendência corporal, com vasta experiência e relevância no cenário teatral brasileiro.

Em 25 anos de trajetória artística, Carla construiu uma reputação que lhe garante um lugar de prestígio nesse cenário e também lhe cobra a responsabilidade de estar sempre se superando. A diretora sabe que, quando uma criança percebe seu pai ou mãe se divertindo numa atividade junto com ela, isso cria uma cumplicidade importante na relação familiar. E os aproxima. A realização dessas apresentações pelo interior de São Paulo é porque o espetáculo foi contemplado pelo ProAc – Programa de Ação Cultural, programa do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

Seres Cinzas e sua missão de roubar o tempo das pessoas

Escrita a seis mãos, por Carla Candiotto, Victor Mendes e Aline Moreno, a adaptação retrata a importância do tempo na vida das pessoas e a melhor forma de aproveitá-lo. A menina Momo (Camila Cohen) aparece misteriosamente em uma cidade e vai morar nas ruínas de um antigo teatro abandonado. Lá, onde as crianças desaprenderam de brincar, pouco a pouco ela as ensina a redescobrir esse prazer. Com empatia e atenção, ouve as pessoas, valoriza a relação entre os amigos, os encontros e as ideias diferentes. Tudo parece fazer sentido até que um acontecimento inesperado tira o sossego de todos. Os Seres Cinzas surgem com a finalidade clara de comprar o tempo das pessoas. O tempo para a brincadeira, o tempo para conversar com os amigos, o tempo de olhar as formigas, ou passear, é roubado e trocado por uma moeda que deixará todos tristes. A missão dos Seres Cinzas é convencer as pessoas de que elas devem “economizar” seu tempo, entregando-o a eles. Na real, eles sugam e estocam o tempo do povo com a desculpa de ajudar a poupar mais. Momo e seus amigos precisam agir rapidamente. Precisam de um plano para enfrentar o inimigo e recuperar o “tempo perdido” de todos.

Há um prólogo na peça. Amigo da Momo, Beppo (Victor Mendes) anda de bicicleta e se questiona: “Como inventar uma história? De onde vem as histórias? Quando elas precisam nascer? Para que precisamos dela?” Ele está procurando uma história para viver. Está precisando de uma. Dizem que as histórias te escolhem, dizem que elas são tão poderosas que você não consegue mudá-las, uma vez que elas existem. “A história é sobre uma menina heroína, é sobre amizade, carinho e o respeito entre os cidadãos de uma pequena vila. Beppo e Gigi são os amigos guardiões de Momo, a escolhida pelo senhor do tempo para devolver o tempo das pessoas no mundo”, resume Carla Candiotto. Durante a quarentena da pandemia, Carla atuou em O Despertar, de Dario Fo, com direção de Neyde Veneziano, e dirigiu outras três peças (entre eles, O Gabinete de Curiosidades), além do projeto Quarentena de Histórias, com a companhia de teatro da Prefeitura de Jundiaí. Nesse tempo houve duas tentativas de ensaiar Momo – a primeira no começo da crise sanitária, início de março de 2020, e a segunda em 2021. Também em 2021, Candiotto dirigiu as apresentações do projeto musical Concertos na Serra, de forma presencial, em Jundiaí.

Adaptação instiga reflexão sobre o tempo

A ideia de adaptar Momo e o Senhor do Tempo, de Michael Ende, para um espetáculo teatral infanto-juvenil surgiu da necessidade de discutir e refletir com crianças, jovens e seus familiares sobre o significado do tempo, atualmente. “Vivemos em uma época em que as pessoas vêm se esquecendo do que importa e têm se distanciado cada vez mais delas mesmas e de suas pessoas queridas”, comenta Carla, Prêmio Governador do Estado, em 2015, pelo conjunto da sua obra. Muitas crianças já não sabem mais brincar, porque seus pais não têm mais tempo para lhes ensinar e as largam em frente da TV, do computador e celular. “Encontramos nesta obra visionária, ganhadora do Prêmio de Literatura Juvenil alemã e do Prêmio Europeu de Livros para a Juventude, uma história de aventura sobre uma criança que, por ser corajosa e confiar em si mesma, conseguiu recuperar o tempo de sua cidade, para se divertir e imaginar coisas”, diz a encenadora.

Cenário e adereços

Para contar esta história e seguir a recomendação do autor ao sugerir um cenário criativo, a diretora solicitou a André Cortez uma cenografia não literal, criativa. Concebido a partir de provocação da encenadora, da necessidade de um espaço que fluísse de acordo com a dramaturgia, que fosse mudando com a história, o cenário é composto de 60 caixas de madeira (a 3 tabelas, muito usadas nos sets de cinema) pequenas e 4 maiores. Retangulares, as caixas são manipuladas em cena pelos atores para criar espaços imaginários na cabeça do público. Elas são o barco, o banco da praça, a cadeira do barbeiro e até dão vida à personagem da tartaruga Casiopea. “Elas ajudam a contar a história, sugerem os ambientes ao serem movimentadas e colocadas em variadas posições. E o grande lance é movimentar esses elementos cênicos sem que as pessoas percebam e imediatamente visualizem o que se quer mostrar”, diz Carla.

“As caixas se condensam e expandem de acordo com o desenho proposto, o que demanda presença e agilidade dos atores, de modo que essas ações também podem ser incorporadas na narrativa e não apenas ser uma mudança de espaço. As caixas são usadas conforme a necessidade e podem virar qualquer outro objeto, até mesmo uma personagem importante como a tartaruga Cassiopeia”, explica o cenógrafo. Os adereços seguem a simplicidade de formas, sem cores, ou melhor, na cor crua da madeira, lembrando os brinquedos Waldorf, intencionalmente incompletos nas suas formas. “Onde a imaginação das crianças é estimulada a complementar as cores e texturas dos objetos”, comenta Cortez. “Foi um processo coletivo bem gostoso a que nos propusemos dentro dessa realidade tão dura em que estávamos (e ainda estamos). Foi uma pequena bolha de afeto, assim com a peça se propõe a ser”, comenta André, sobre o processo de criação. “Eu, Carla e minha assistente Stephanie Fretin tivemos um bom tempo durante a pandemia para buscar soluções e alternativas e brincarmos com essas peças e discutirmos as possibilidades de transformações desejadas dos espaços mencionados no texto.”

Figurino, luz e música

Para contrapor com o cenário, a concepção de Candiotto para o figurino seguiu uma linha oposta. Assim, as peças, criadas por Chris Aizner, remetem ao teatro clássico. O criativo procurou atualizar as questões abordadas no texto, de forma lúdica e livre. “O universo da Momo se mistura a nossa realidade, dos afetos frente à virtualidade dos tempos atuais. Exemplo disto é a busca de texturas e formas humanizadas em cores e padronagens e a frieza do chamado “vil metal”. Para todos de todas as idades se divertirem e também refletirem sobre o que é tempo, a ideia de memória, e o que desejamos de verdade”, afirma Chris. São pouco mais de 20 trocas de figurinos e 5 atores. “Utilizei materiais variados, desde tecidos antigos, da década de 50 (garimpados) até os de nova tecnologias, e também os ecotecidos. Uma mistura de tempos e épocas na linguagem dos materiais. Cores fortes e vibrantes para os personagens que rodeiam a vida da Momo, em contraste com os cinzas dos seres cinzentos, que aqui traduzi o cinza no metalizado, industrial, das moedas – que nos fazem correr tanto atrás de tempo.” A luz de Wagner Freire cria sombras, aumenta e diminuiu os volumes, além de mudar o tom dos elementos cênicos. A música de Marcelo Pellegrini tem inspiração no cinema, vem de temas grandiosos e clássicos.

Teatro físico e cômico

O projeto é a primeira realização da Candiotto Produções, no sentido de produzir integralmente um espetáculo e sua circulação. Até hoje, além de dirigir por 20 anos a companhia Le Plat du Jour, Carla tem trabalhado como diretora em produções de grande porte, representada por sua empresa, fundada em 2011. Momo e o Senhor do Tempo foi contemplado na 10ª Edição do Prêmio Zé Renato de Apoio à Produção e Desenvolvimento da Atividade Teatral para a Cidade de São Paulo – 2019 e realizou, no primeiro semestre de 2022, uma temporada de apresentações gratuitas na cidade de São Paulo, em um circuito que visitou os 5 teatros municipais da cidade, atingindo um público de 2.335 pessoas. Desde então, já se apresentou em cidades do interior e litoral do estado de São Paulo, em unidades do SESC em Santos, Jundiaí, Araraquara e Campinas. E em 2023, o espetáculo tem previsão de novas apresentações na capital e pelo interior do estado paulista, assim como e em diferentes cidades pelo Brasil.

Sobre Carla Candiotto

Carla já foi contemplada com diversos Prêmios APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte e Prêmios São Paulo (antigo Prêmio Coca-Cola FEMSA) de melhor direção, melhor atuação e melhor texto adaptado ao longo de sua carreira. E recebeu o prestigiado Prêmio Governador do Estado, em 2015, pelo conjunto da sua obra. Espetáculos como os musicais A Casa de Brinquedos (2019) e A Canção dos Direitos da Criança (2015), ambos com músicas de Toquinho, tiveram texto, direção e coordenação de todo o processo criativo e produtivo coordenados por ela. Da mesma forma, foram criados espetáculos como Aladdin, O Musical (2019), Que Monstro te Mordeu? (2018), adaptado da série da TV de Cao Hamburger, Cinderela Lá Lá Lá (2015) e Simbad, o Navegante (2015) em parceria com diferentes companhias e produtoras.

Sobre a equipe

André Cortez (cenógrafo), já assinou mais de cem projetos de cenografia, incluindo teatro, exposições, desfiles e eventos. Atualmente trabalha com os melhores diretores brasileiros, tendo recebido vários prêmios — dentre eles, três Prêmios Shell pela categoria “Melhor Cenário”.

Chris Aizner (figurinista), transita entre a ópera, o teatro adulto e infantil, indicado ao Prêmio Shell de Melhor Cenário e Figurino por “Cais, ou da Indiferença das Embarcações” (2012), com a Velha Companhia. Marcelo Pellegrini (compositor da trilha sonora), compositor, arranjador e produtor musical, desde 1998. Destaque para parcerias com José Celso Martinez Corrêa, Cia. La Mínima e Leonardo Moreira. Recebeu três Prêmios Shell, por “À Margem da Vida”, “Os Sertões – A Terra” e “Pagliacci”. Teve uma retrospectiva de seu trabalho na quadrienal World Stage Design, em Cardiff, no País de Gales (isso é o Marcelo??).

Wagner Freire (iluminador), light designer de sensibilidade, é diretor do Armazém da Luz, presente em significativas montagens a partir dos anos 90. É o iluminador mais premiado de São Paulo. Em 1999, ilumina o dispositivo cênico criado para “Moby Dicky”, de Herman Melville, espetáculo de Rodrigo Matheus, com direção de Cristiane Paoli-Quito. Em 2001, ao lado de José Possi Neto, cria a luz para “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, de José Saramago. É parceiro de Carla Candiotto em vários trabalhos para o teatro há mais de uma década. 

Rodrigo Matheus (diretor de produção), fundador e diretor artístico do Circo Mínimo (1988), dirigiu e atuou em espetáculos circenses na Inglaterra e na Austrália. Nos últimos anos estreou e apresentou o premiado espetáculo para crianças “Simbad, o Navegante”; dirigiu “Charivari Brasileiro”, para o Festival de Circo do Sesc 2016 – Circos; “SobrevoltaS” e “Freud – Einstein, maio de 1933”. Coordena projetos de portes variados já há 30 anos.

Ficha Técnica

Momo e o Senhor do Tempo – A Extraordinária História dos Ladrões de Tempo e da Criança que Trouxe de Volta às Pessoas o Tempo Roubado.

Espetáculo para família. Recomendado para crianças a partir de 7 anos.

Texto – Carla Candiotto, Victor Mendes. A partir do romance original de Michael Ende. Direção – Carla Candiotto. Assistente de Direção – Camila Brandão. Elenco – Camila Cohen, Eric Oliveira, Ernani Sanchez, Fabrício Licursi, Victor Mendes. Cenografia e adereços – André Cortez. Figurinos – Chris Aizner. Iluminação – Wagner Freire. Trilha Sonora Original – Marcelo Pellegrini. Programação Visual – Aldeia Hum Design – Juliana Mesquita. Coreografia – Gisele Calazans e Roberto Alencar. Colaboração Dramatúrgica: Aline Moreno. Preparação de ator: Thiago Amaral. Assistente de direção: Camila Brandão. Assistente de cenografia: Stephanie Fretin de Freitas. Cenotécnico: Marcelo de Andrade e Isaac Tiburcio. Confecção de Figurinos: Ateliê Judite de Lima. Fotografia – João Caldas. Assessoria de Imprensa – ArtePlural – Fernanda Teixeira e Macida Joachim. Gestão de Mídias Sociais: Cadu Cardoso. Consultoria Jurídica: Martha Macruz. Equipe de produção: Cadu Cardoso e Maurício Schneider. Coordenação de Produção: Rodrigo Matheus. Realização: Candiotto Produções.

Serviço

Santo Antônio do Pinhal

Dia 20 de julho, quinta feira às 15 e às 18h.

Auditório Municipal – R. Cel. Sebastião Marcondes da Silva, 2-132, Santo Antônio do Pinhal – SP. 283 lugares. Entrada Franca. Bilheteria no dia das sessões 20/07 a partir das 12:00.

Os ingressos também podem ser retirados a partir do dia 18/07 na Secretaria de Turismo (Espaço da Rodoviária).

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