Os computadores se tornaram centrais e presentes em nosso cotidiano: do entretenimento com redes sociais e plataformas de vídeo, ao trabalho remoto ou no escritório com documentos, planilhas e bancos de dados digitais, até mesmo aos jogos, criação de arte, e outras atividades que antes estavam presas no mundo analógico. A compra de um computador é uma decisão importante, que pode significar um grande investimento de dinheiro, e pode causar ou prevenir muitas dores de cabeça no futuro.
No Brasil, em 2023, varejistas e lojas especializadas em equipamentos de informática notaram uma grande tendência: as duas categorias mais buscadas de computadores pessoais são aqueles dedicados ao trabalho em home office, que de acordo com pesquisa da ExpressVPN geralmente é o computador do próprio trabalhador e não da empresa, e aqueles dedicados aos jogos de última geração. Mas na prática, quais são as diferenças entre essas duas categorias? E quais componentes realmente justificam seu custo? Confira nosso guia completo.
Computador para home office
Com a popularização do trabalho remoto, muitas pessoas estão procurando o computador perfeito para trabalhar em casa. A ideia é diminuir o custo ao máximo, mas evitar quaisquer limitações que atrapalhem o cotidiano do trabalho – e de bônus, é interessante que o equipamento também possa ser útil para o uso pessoal, quando necessário. Por isso, é importante conhecer bem quais componentes importam em seu PC – seja para comprar um modelo pronto em uma loja, ou montar seu próprio gabinete comprando cada peça individualmente.
Desktop ou Laptop?
A primeira decisão que você precisará tomar é se deseja um computador de mesa ou um laptop. Um computador de mesa costuma oferecer um melhor custo-benefício, componentes mais potentes, muita facilidade para realizar reparos e a possibilidade de melhorias no futuro. Por outro lado, um computador portátil pode ser levado a qualquer lugar – desde viagens até cafés, praças, livrarias e praticamente qualquer outro lugar. Além disso, é possível garantir que tudo o que precisa para trabalhar sempre estará disponível em um aparelho completo que cabe em uma bolsa, e devido à sua bateria, o laptop permite acabar o trabalho mesmo durante uma queda de energia ou outra circunstância inesperada.
A decisão é portanto específica para cada usuário, não havendo uma resposta única: laptops oferecem uma portabilidade extremamente prática, uma experiência completa e elegante. Já os desktops oferecem periféricos mais confortáveis, componentes mais duradouros e poderosos, e menor custo.
Docking Station
Se a decisão entre um laptop e desktop estiver quase impossível, uma solução moderna promete ser o meio-termo entre as duas alternativas: o conjunto de um laptop com uma docking station. Uma docking station é um acessório que se conecta ao laptop através de uma porta USB-C Thunderbolt, e permite utilizar um único cabo, pequeno e conveniente, para imediatamente conectar o laptop à energia, um monitor, teclado, mouse, cabo de rede, microfone, e qualquer outro acessório que seria utilizado em um computador de mesa. Assim, o usuário pode ter um escritório completo em casa – com tela grande, teclado confortável e todos os seus periféricos – mas quando precisar, basta desplugar o laptop de um único cabo e a bateria estará carregada e o computador poderá ser levado para qualquer lugar, sem interrupções. Essa opção é especialmente útil para profissionais como fotógrafos, que podem levar o laptop para o ambiente desejado com o objetivo de imediatamente copiar os arquivos do cartão de memória e revisar as fotos mas, ao chegar em casa, conectar o computador na docking station e editar as fotografias sem preocupações com bateria e em uma tela significativamente melhor.
Independentemente de escolher um desktop ou laptop, existem alguns componentes importantes a serem observados ao comprar um computador para o trabalho remoto:
- Processador: o processador é o cérebro do computador e determina o quão rápido cada tarefa pode ser executada, e o desempenho ao rodar vários programas ao mesmo tempo. Para quem trabalha com texto, redes sociais, planilhas e outras tarefas leves, a linha Intel Core i3 é suficiente. Para editores de vídeo, fotos, projetos de engenharias ou outras tarefas que exigem multiprocessamento, em 2023, os aparelhos da série Ryzen da AMD oferecem um número maior de núcleos por um valor mais acessível, sendo a opção ideal nestas circunstâncias.
- RAM: A memória RAM armazena os programas em execução, as abas no navegador de internet, e é fundamental para o bom desempenho do computador. Em 2023, um mínimo de 8 GBs são recomendados, enquanto 16 GB é a escolha ideal para programas da suíte Adobe Creative Cloud.
- Armazenamento: para versões modernas de sistemas como o Windows, é essencial que parte do armazenamento seja representado por um SSD onde o sistema e programas serão instalados. É recomendável a escolha de um SSD de 128 ou 256 GBs. Para quem precisa de armazenamento adicional, um HD de 500 GB ou 1 TB oferece uma boa relação de custo e benefício – no entanto, é importante não comprar um computador com grande armazenamento mas que não ofereça SSD.
- Placa de vídeo: se não houver uso para jogos intensos, não é necessária a compra de uma placa de vídeo dedicada – os processadores Intel e AMD já possuem adaptador próprio incluído no sistema, capaz de lidar com a maioria das tarefas. Para editores de vídeo ou jogadores, no entanto, é importante escolher uma placa separada e recente da AMD ou Nvidia.
- Conectividade: Verifique se o computador tem portas suficientes para os acessórios que você deseja conectar. Portas USB, HDMI e entrada de cartão são frequentemente necessárias. E para quem deseja utilizar a docking station, a conectividade Thunderbolt é indispensável.
Computador gamer para jogar
Um computador dedicado para jogos não chega a ser totalmente diferente das opções para o trabalho remoto, e pode ser utilizado para o home office com total desempenho. No entanto, os componentes para jogos costumam ser significativamente mais caros, e algumas decisões exigem cuidados maiores.
Em primeiro lugar, apesar de modelos portáteis estarem amplamente disponíveis no mercado, os laptops gamer chegam a custar próximo ao dobro do preço de uma opção de mesa, e não conseguem entregar a mesma performance durante a jogatina. Além disso, o grande calor gerado por essas máquinas atrapalha sua durabilidade a longo prazo, especialmente considerando a vida útil da bateria. Portanto, se o objetivo é focar nos games, o ideal é a escolha de um desktop customizado por uma loja especializada ou montado pelo próprio usuário com suas próprias peças.
A escolha de componentes compartilha algumas semelhanças com o computador de home office, mas é importante se atentar aos detalhes de cada peça: além da quantidade de memória RAM, que pode ser 16 GBs ou 32 GBs, é preciso escolher um modelo com alta velocidade de transferência. Além disso, embora processadores da AMD Ryzen com vários núcleos ainda sejam uma ótima escolha, processadores Intel Core i7 e i9 de nova geração oferecem vantagens para os jogos por seu melhor desempenho por ciclo. Os SSDs também são indispensáveis, e para se beneficiar de novas tecnologias para jogos como o Microsoft DirectStorage, vale a pena investir o valor mais alto em um SSD NVMe que oferecerá maior velocidade – além disso, a placa mãe escolhida deve ter suporte a este tipo de componente.
A principal diferença entre as duas categorias está, no entanto, na escolha de placa de vídeo. Para jogos, é fundamental que uma placa de vídeo potente seja escolhida. É importante buscar por benchmarks de jogos que deseja executar em sua marca na resolução do seu monitor. Atualmente placas da Nvidia como a RTX 3060 e 3080 oferecem maior desempenho e recursos adicionais para melhorar a performance como o DLSS, no entanto, custam mais caro no mercado nacional. Alternativas da AMD como a Radeon RX 5600 XT oferecem menos recursos miraculosos e performance inferior em 4K, mas ao mesmo tempo, são capazes de jogar com boa qualidade a maioria dos títulos modernos e o custo é significativamente menor.
Assim, independentemente do objetivo, é importante se familiarizar com os componentes de cada PC e as decisões relativas a cada escolha – um bom computador para o trabalho não precisa custar muito, e pode se adaptar ao seu cotidiano. Um computador gamer pode oferecer desempenho superior, mas escolhas inteligentes aumentam a longevidade e diminuem o custo.
