Tendo se classificado aos quatro Mundiais da FIFA realizados entre 1998 e 2010, o Paraguai surpreendentemente ficou fora dos três seguintes. Em tese, as perspectivas para 2026 são melhores do que nunca: pela primeira vez na história teremos um Mundial com 48 seleções (em vez de 32). Mas será isso o bastante para os guaraníes garantirem uma das seis vagas diretas reservadas a representantes da Conmebol?
Comparando forças
Existem duas maneiras rápidas e satisfatoriamente eficazes de avaliar a força relativa de uma seleção. A primeira é averiguar a sua posição no ranking da FIFA; a segunda é verificar as cotações dos principais sites de apostas de futebol no que se refere a probabilidades de conquistar uma edição da Copa do Mundo (a próxima será realizada no Canadá, nos Estados Unidos e no México entre junho e julho de 2026).
No ranking atualizado em 6 de abril pela FIFA, a seleção paraguaia aparece em 48.º lugar; nas cotações oferecidas pela plataforma online bet365 relativas aos possíveis vencedores do Mundial de 2026, a albirroja aparece em 37.º lugar (junto de outras seis equipes). A partir daí conclui-se que, uma vez mais, nossos vizinhos de Cone Sul encontrarão muitas dificuldades na luta por voltar a disputar o maior dos torneios de futebol.
O comandante e os principais jogadores
Uma das esperanças do Paraguai para se fazer forte na América do Sul é ter um treinador que já está há mais de um ano no cargo. O argentino Guillermo Barros Schelotto chegou em outubro de 2021 (para suceder o também argentino Eduardo Berizzo) e, se o seu retrospecto desde então não é dos melhores (três vitórias, três empates e oito derrotas), pelo menos a essa altura ele conhece bem os atletas que tem à disposição.
E não há dúvidas quanto à qualidade dos principais nomes desse elenco, dos quais podemos destacar o zagueiro Gustavo Gómez (Palmeiras), o meia Matías Rojas (Racing) e o atacante Miguel Almirón (Newcastle). Todos eles já são bem experientes, e por isso podem ajudar muito no desenvolvimento de atletas como o meia Matías Segovia (Botafogo), que tem 20 anos, e o atacante Julio Enciso (Brighton), que tem 19.
A ajuda que vem (ou pode vir) do Brasil
Já tendo falado de Gómez e Segovia, citamos aqui outros atletas paraguaios em atuação no futebol brasileiro: o zagueiro Fabián Balbuena (Corinthians) e os volantes Mathías Villasanti (Grêmio) e Matías Galarza (Vasco). Os três foram convocados para o amistoso com o Chile em março deste ano e podem ser muito úteis também a partir de setembro, quando começam as Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026.
Schelotto pode vir a dispor, ainda, de uma “carta na manga”: a naturalização de jogadores brasileiros que têm ascendência paraguaia. O goleiro Carlos Coronel (New York Red Bulls), o meia Maurício (Internacional) e o atacante Pepê (Porto) são três que cumprem com tais requisitos e, por isso, foram cogitados pela imprensa do país para defender a seleção guaraní. Por enquanto essa é mesmo apenas uma possibilidade.
Com quem o Paraguai compete?
Considerando que Argentina e Brasil dificilmente não estarão entre os seis primeiros colocados do torneio qualificatório sul-americano para a próxima Copa do Mundo, o Paraguai deve disputar com Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai uma das outras quatro vagas diretas. Por ter terminado em oitavo lugar nas Eliminatórias de 2022, a albirroja chega pouco prestigiada desta vez; mas, pelo elenco que tem, a equipe pode surpreender.
Embora as eliminatórias comecem em setembro, os jogos que mais nos ajudarão a avaliar o nível de competitividade dos guaraníes são os de novembro. Nesse mês Schelotto e seus homens visitarão o Chile e, em seguida, receberão a Colômbia. Se conseguir pelo menos um empate e uma vitória nesses dois compromissos, o Paraguai será certamente considerado de novo um time a ser levado muito a sério na América do Sul.