Verdão terá apoio de ao menos 2,3 mil torcedores em Abu Dhabi na terça
O Palmeiras não está sozinho nos Emirados Árabes Unidos, onde disputará o Mundial de Clubes a partir da próxima terça-feira (8), às 13h30 (horário de Brasília), contra o vencedor do confronto entre Al Ahly (Egito) e Monterrey (México). Torcedores de diferentes partes do Brasil, e mesmo do exterior, estão a caminho ou já chegaram ao país-sede da competição para apoiar o Verdão.
Pelo menos 2,3 mil palmeirenses são esperados no estádio Al Nahyan, na cidade de Abu Dhabi, palco da estreia, com capacidade para 15 mil pessoas. A carga disponibilizada pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) à torcida alviverde, limitada por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19), esgotou-se em apenas 30 minutos na última terça-feira (1º). Se a equipe paulista avançar à decisão do próximo dia 12, também às 13h30, a expectativa é que mais torcedores marquem presença no estádio Mohamed Bin Zayed, na mesma cidade, que pode receber até 37 mil pagantes.
Os ingressos da semifinal custaram entre R$ 35,00 e R$ 300,00. Para a decisão, o preço das entradas varia de R$ 75,00 a R$ 500,00. Curiosamente, valores bem menores que os cobrados, em novembro, pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), para a final da Libertadores, no estádio Centenário, em Montevidéu (Uruguai), onde o bilhete mais barato valeu R$ 1,1 mil.
As passagens para acompanhar a decisão continental no país vizinho também pesaram mais no bolso do torcedor. As menos caras, considerando ida e volta, variaram entre R$ 8 mil e R$ 10 mil. No caso do Mundial, um levantamento da plataforma de viagens Kayak mostrou que, nas semanas seguintes ao título alviverde, o custo do ticket para os Emirados Árabes – saindo de São Paulo – cresceu 34%, com preço médio de R$ 6,6 mil. A busca por Abu Dhabi como destino havia subido 3.276%.
“Com certeza é um momento histórico. Para chegar ao Mundial, você passa por um torneio anterior, a Libertadores, que não é fácil, há um confronto direto com, no mínimo, seis clubes brasileiros. São poucos privilegiados [que poderão acompanhar o Palmeiras em Abu Dhabi], mas a emoção é a mesma também para quem estiver em frente à TV, pois é nosso time que estará jogando. Estão vindo torcedores de todos os lugares. Europa, Américas do Norte e do Sul e Oceania”, comentou o aposentado Arnaldo Torres, que chegou quinta-feira (3) ao país-sede do Mundial e que também foi a Montevidéu.
Não é a primeira vez que Arnaldo estará ao lado do Palmeiras em um Mundial. Em 1999, ele foi a Tóquio (Japão), onde o Verdão decidiu o título com o Manchester United (Inglaterra). A pandemia da covid-19, porém, faz a experiência de 2022 ser bem diferente.
“A cada 24 horas, tem uma novidade. Tivemos que sair de São Paulo com o PCR feito 72 horas antes, para podermos entrar no aeroporto de Dubai. Chegando lá, automaticamente, teve de ser feito o PCR local e aguardar 24 horas pelo resultado. Dois dias antes da semifinal, será preciso fazer outro PCR. É um trâmite complicado”, descreveu o aposentado.
No caso do servidor público Thiago Monti, que também esteve na final da Libertadores, a dor de cabeça iniciou antes da série de testes. No começo de janeiro, os Emirados Árabes proibiram a entrada de viajantes oriundos de seis países africanos – entre eles, a Etiópia, onde estava prevista a escala do voo até Dubai – devido à preocupação com a variante Ômicron do novo coronavírus.
“Entrei em contato com a companhia e eles queriam cobrar uma multa de US$ 375,00 [cerca de R$ 2 mil, na cotação atual] para cancelar. Pediram que eu aguardasse, pois ainda teria tempo [até a viagem], mas eu não tinha tempo. Então, comprei outra passagem, com escala em Londres [Inglaterra], praticamente pelo mesmo preço. Ou iria pela Etiópia, ou por Londres. Por algum lado teria que ser [risos]”, recordou Thiago, que acabou conseguindo ir para Dubai via África, após o país asiático liberar novamente viajantes de lá.
Expectativa pelo “bi”
Tanto Arnaldo como Thiago deixam claro que o Palmeiras busca, nos Emirados Árabes, o bicampeonato do mundo. A denominação remete à Copa Rio, competição realizada em 1951 e vencida pelo Verdão, ao derrotar a Juventus (Itália) na final, disputada no Maracanã, no Rio de Janeiro. À época, a imprensa brasileira e o público trataram a conquista como sendo o primeiro título mundial de clubes. A Fifa, por sua vez, deixa interpretações no mínimo dúbias no ar.
Em 2017, a entidade reconheceu, como também campeões mundiais, somente os vencedores da extinta Copa Intercontinental, disputada entre 1960 a 2004, entre os ganhadores das principais competições de América do Sul e Europa e que antecedeu a competição atual, organizada desde 2005 e que teve uma primeira edição em 2000. Contudo, no ano passado, em matéria no próprio site oficial, a mesma Fifa tratou a Copa Rio como “primeiro campeonato mundial de clubes”.
Nos Emirados Árabes, portanto, o Palmeiras terá mais uma chance para não deixar dúvidas sobre ter ou não um título mundial. Na primeira delas, em 1999, o Verdão não resistiu ao Manchester United e perdeu por 1 a 0. Em 2021, a expectativa foi frustrada na semifinal, com a derrota (também por 1 a 0) para o Tigres (México). A equipe ainda foi superada pelo Al Ahly (Egito) nos pênaltis, na disputa pelo terceiro lugar, após um empate sem gols no tempo normal.
Na edição deste ano, o Alviverde pode reencontrar o Al Ahly, agora na semifinal, se os egípcios superarem o Monterrey (México) neste sábado (5), às 13h30. No domingo (6), no mesmo horário, Al Hilal (Arábia Saudita) e o anfitrião Al Jazira decidem o adversário do Chelsea (Inglaterra), vencedor da Liga dos Campeões da Europa e principal favorito ao título.
“Estou com uma expectativa boa. Embora os times europeus estejam em um patamar maior que o resto do mundo, parece que [ser campeão mundial] está mais palpável. [O Chelsea] É um time que está mais enrolado no campeonato deles e aparentemente não dá muita bola para o Mundial. Vejo uma chance muito real de conseguirmos esse segundo título”, afirmou Thiago.