O Museu do Folclore de São José dos Campos retoma neste domingo (16), ainda de maneira virtual por conta da pandemia da covid-19, as atividades do programa Museu Vivo, que valoriza a cultura popular e seus saberes.
O bate-papo com os convidados desta edição acontecerá a partir das 16h pelo aplicativo Google Meet, que permitirá interação do público (para isso é necessário ter ou criar um e-mail do Gmail).
O foco será o Samba de Bumbo e o Samba de Umbigada, manifestações populares bastante praticadas no interior do Estado de São Paulo. Participarão do encontro o sambadeiro Robson Nhô Arruda e sua esposa, a sambadeira Camila Novaes Arruda, ambos ligados ao Samba de Bumbo de Campinas (SP), além do batuqueiro Robert Campos, do Batuque de Umbigada praticado em Capivari (SP).
A mediação será feita pela pesquisadora do Museu do Folclore, Tiane Tessaroto. “Esses três fazedores são ligados à música e às tradições afro-brasileiras do samba no interior paulista. Com a benção dos mais velhos e numa relação de diálogo e respeito aos seus ensinamentos, compartilharão com o público do Museu Vivo um pouco da vivência nas comunidades onde atuam e procuram fortalecer suas identidades culturais, propondo uma reflexão constante sobre as transmissões de saberes e salvaguarda das manifestações tradicionais”, explica Tiane.
Perfis
Robson Nhô Arruda é sambador, cantador e construtor de instrumentos percussivos das culturas de matriz africana. Batizado há sete anos no Samba de Bumbo é hoje um dos guardiões dos batuques. Vem de uma família de quatro gerações ligadas à essa tradição cultural. Para Robson, “o batuque não é só um gênero musical, é uma filosofia de vida”.
Camila Arruda, esposa de Robson, é sambadeira, aprendiz Griô no Movimento cultural Nhô Arruda. Camila também é artista virtual e utiliza seus saberes para recontar histórias e valorizar as memórias das matriarcas de sua comunidade. Todo seu conhecimento e vivências com gestão, educação e cultura são investidos no trabalho de fortalecimento do patrimônio cultural imaterial.
O batuqueiro Robert Campos é de família tradicional e muito hábil na dança. A família Caxias, da qual faz parte, iniciou o movimento do Batuque de Umbigada há mais de 100 anos na região de Capivari. Robert, que também toca trombone, descobriu aos 12 anos que o avô era um grande mestre do batuque. Hoje em dia toca, dança e canta suas raízes.
Pesquisa
O Samba de Bumbo vem sendo pesquisado pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos, responsável pela gestão do Museu do Folclore. A pesquisa tem caráter histórico e etnográfico; e visa elaborar um dossiê para embasar a continuidade do processo de instrução que prevê o registro da manifestação junto ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), como patrimônio imaterial.
Museu do Folclore de SJC
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