Estudo do Ipea confirma tendência de queda verificada pelos indicadores criminais divulgados mensalmente pela SSP
O Atlas da Violência 2020, apresentado nesta quinta-feira (27) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), confirma a consistente redução de indicadores criminais no estado de São Paulo nos últimos dez anos, especialmente no que se refere à preservação de vidas.
Conforme apontam também os dados estatísticos divulgados mensalmente pela SSP, São Paulo mantém a menor média de homicídios do país, incluindo-se as mortes registradas em grupos como negros, mulheres e jovens. O estudo, de abrangência nacional, constata a eficiência das políticas públicas de segurança e sociais adotas pelas gestões estaduais no período e reforçam a condição de São Paulo como o estado mais seguro do Brasil para se viver e empreender.
Além de revelar a drástica redução no número de homicídios em território paulista (queda de 47% de 2008 a 2018), o estudo do Ipea mostra, ainda, que os indicadores de São Paulo são muito inferiores à média nacional. Em 2018, por exemplo, de acordo com o documento, o Brasil registrou 27,8 homicídios por 100 mil habitantes, enquanto o índice estadual foi de 8,2 ocorrências para cada grupo de 100 mil habitantes.
Dados recentes da Secretaria de Segurança Púbica (SSP), entretanto, indicam que a taxa de mortes em São Paulo é ainda menor. No período de julho de 2019 a agosto de 2020, o indicador paulista fechou em 6,44 mortes por 100 mil habitantes.
Mais índices
O estado de São Paulo também reduziu o número de homicídios dolosos de jovens entre 15 e 29 anos, ao contrário da média nacional. Segundo o Atlas da Violência, a taxa estadual caiu de 27, em 2008, para 13,8 homicídios por 100 mil habitantes nessa faixa etária, em 2018. A queda foi de 48,8%. No mesmo período, o indicador nacional passou de 53,3 para 60,4 mortes por 100 mil habitantes.
São Paulo também é o estado com menor taxa de homicídio de mulheres em todo o território nacional, de acordo com o estudo do Ipea. Entre 2008 e 2018, o índice recuou 36,3% – caiu de 3,1 para 2 mortes em cada grupo de 100 mil mulheres. No mesmo período, a taxa brasileira subiu 4,2% – de 4,1 para 4,3 homicídios a cada 100 mil.
Os menores indicadores de mortes violentas entre a população negra também foram verificados em São Paulo, no período estudado pelo Atlas da Violência. A taxa paulista sofreu expressiva redução nesse item, entre 2008 e 2018: 47,3%. O índice passou de 18,6 para 9,8 homicídios a cada 100 mil habitantes negros. A média nacional, no mesmo período, passou de 34,0 para 37,8, o que representa crescimento de 11,5%.
O número de mortes provocadas por armas de fogo apresentou a maior queda em São Paulo, entre os indicadores apresentados pelo Ipea: 53,5%. No período de dez anos avaliado pelo instituto, a taxa paulista caiu de 9,5 para 4,4 mortes por 100 mil habitantes e também é a menor do país. A média nacional subiu 5%. Era 18,8 em 2008, e chegou a 19,8 mortes por 100 mil habitantes, em 2018.
A violência contra a população LGBTI+ cresceu em São Paulo, de acordo com o Atlas da Violência. O estudo apresenta dados de 2011 a 2018 e contabilizou 274 denúncias desse tipo de crime em 2018, contra 197 em 2011, o que representa um aumento de 39,09%. Os registros englobam casos de lesão corporal, homicídio e tentativa de homicídio. A média nacional cresceu 45,38% nesse período. Foram 1.159 casos em 2011, contra 1.685, em 2018.
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