Nasce um bebê… Uma graça de Deus para a família. Pesando 3 quilos e com 50 centímetros de altura, João veio ao mundo na tarde de domingo (9), no Hospital Municipal de São José dos Campos, conhecido também como Hospital da Vila e HM.
Com anuência da equipe médica e de enfermagem, o parto foi normal, como queria a mãe, Amanda Soares Fernandes. Também acompanhado pelo pai, Carlos Daniel, o nascimento do menino encheu de alegria a maternidade do hospital, que é mantido pela Prefeitura e gerenciado pela SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina).
Assim que pegou João no colo e o cordão umbilical foi cortado, Amanda pediu um desenho para eternizar o momento. Numa folha de papel sulfite, a enfermeira Carine Costa de Oliveira e a colaboradora Marisa Ventura dos Santos carimbaram o cartaz com tinta guache passada na placenta da paciente. A arte foi assinada por todas as pessoas que atuaram no sucesso do procedimento. “Meu coração parecia não caber no peito de tanta gratidão”, disse a mãe.
Para compreender melhor o significado da experiência de ter o primeiro filho com assistência de profissionais de saúde que amam o que fazem, leia abaixo os relatos na íntegra que os próprios pais fizeram questão de escrever. “Tive um parto humanizado, respeitoso e atencioso, eternizado no meu coração e na minha história”, afirmou Amanda em trecho do texto.
Nasce uma mãe
Amanda Soares Fernandes
Eu sempre gostei de ver vídeos na internet sobre parto, independente da via que aparecia. Quando descobri minha gestação, pensava que o meu relato seria um daqueles mais difíceis de contar!
Achava que um parto normal não seria pra mim, que não daria conta, apesar de achar lindo e perfeito. Pesquisei tanto que acabei ficando um pouco neurótica com o assunto, ainda mais em casa em tempos de pandemia.
Foi um tempo difícil mas que, com a retomada ao trabalho e, claro, entregando minha confiança em Cristo, melhorei. Fiquei com as informações mais importantes e esperei o dia chegar.
Esperei todos os sinais possíveis para a chegada do meu filho. Nenhum sinal.
Já estava no final da gestação, percebi minha barriga mais baixa, meus pés mais inchados. Achei que seguiria a “ordem natural” dos vídeos que vi e esperei o tal tampão aparecer.
Com exatas 39 semanas, acordei às 8h da manhã e fui rápido fazer xixi porque senti uma pressão na barriga. Seria a bolsa? Parecia…
Comecei a fazer umas coisas em casa. Meu marido acordou perguntando as horas e falei da possível novidade.
Por volta das 9h15 comecei a monitorar pelo aplicativo o que, naquela hora, entendia ser uma cólica mais chata. Mas 1 hora depois as dores se intensificaram e eu entendi que eram contrações ritmadas. Estavam em média de 47 segundos a cada 3 minutos.
Acelerei o passo com as coisas. Fui pra casa dos meus pais (caminho do HM). Cheguei lá por volta de 12h. As contrações estavam muito fortes. Decidi ir para o hospital. Às 14h10 estava na triagem. A dor era muito forte. No exame de toque me disseram que a dor era forte porque estava com dilatação total. Fiquei assustada e já não via mais diferença entre contração e o intervalo delas.
Não lembro o trajeto, mas cheguei numa sala para o parto. Infelizmente as máscaras me impossibilitaram de descrever a fisionomia daquelas mulheres, mas o olhar delas eu nunca mais vou esquecer.
O meu parto tinha começado e elas estavam ali para me auxiliar…
O tempo todo fui perguntada se podiam realizar um tipo de procedimento. Não fizeram nada sem meu consentimento. Me sugeriram coisas que acatei e pude rejeitar outras. Tudo com total respeito mútuo.
Meu primeiro parto, eu não sabia como fazer a força correta. Não me impediram de gritar e me encorajaram a focar no lugar certo, na hora certa, no momento certo. E como eu sabia que estava acertando? Elas diziam toda vez quando eu fazia o certo: “isso, é essa força, continua!”
Eu achei que não conseguiria.
Teve orientação, teve chuveiro, teve colo, teve encorajamento, teve música, teve luz baixa… Eu estava em um hospital?
Estava. “Amanda… Quer um pouco de soro? Pode ajudar! Ele tá pertinho!”… “Não… Eu quero tentar!”… “Então vamos!”
Mais duas forças e o João estava no meu braço.
15h50. O João saiu e foi direto pro colo. O cordão foi cortado quando parou de pulsar. Os exames foram feitos ao meu lado e meu esposo acompanhou tudo enquanto a dequitação acontecia. Tive laceração e a enfermeira obstetra me explicava tudo o que estava acontecendo.
Eu estava voltando pra realidade… Ao meu redor estava acontecendo tanta coisa…
Tive um parto humanizado, respeitoso e atencioso. Eternizado no meu coração e na minha história. Foi incrível.
E não poderia deixar de mencionar a assistência que tivemos no alojamento. Seria um erro tentar lembrar de todos os nomes. A gentileza em todas as fases: na troca de plantão, na limpeza, no remédio, na comida, nas orientações para dúvidas (que acho que nunca acabarão) tanto pra mim quanto para o bebê, me ensinaram na prática a amamentação, a trocar fralda, a acalmar meu coração quando me assustei… Obrigada a todas as especialistas que cuidaram de nós esses dias.
Comentei que queria aqueles desenhos da placenta, e a enfermeira disse: “Eu já estou fazendo. Estou aprendendo mas já estou fazendo. Que cor você quer?” Meu coração parecia não caber no peito de tanta gratidão
Nasce um pai
Carlos Daniel
Como pai, me senti profundamente abençoado por poder acompanhar todo o processo do parto, não consigo mensurar o tamanho da emoção que foi presenciar tudo isso, fiquei muito surpreso com a forma que a equipe conduziu as coisas, foi confortante ver elas dedicadas em ajudar minha esposa, parecia que eram as melhores amigas dela, dando força, motivando e mostrando o caminho para a chegada do João.
Tinha paixão no que elas faziam, tinha uma consciência de respeito por aquele momento de grandeza da mulher. O que elas fizeram por nós é impagável, a elas toda a minha gratidão. Vou levar essa equipe no coração a vida toda, por todo o carinho e cuidado que tiveram com minha esposa, com meu filho e comigo.
Elas me proporcionaram um momento onde toda a minha vida fez sentido e valeu a pena.
Nasce uma nova etapa em família
Amanda Soares Fernandes
Carlos Daniel
Nossa eterna gratidão primeiramente a Jesus, por tudo o que já temos experimentado e por Ele ter nos direcionado a encontrar a cada um de vocês nesses dias. Que Ele surpreenda vocês ainda mais do que fomos surpreendidos com tudo o que já recebemos de bênçãos até aqui. Obrigada, obrigado e obrigadinho.
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