Um projeto cultural desenvolvido por músicos de São José dos Campos está ajudando a contar a trajetória do Choro na cidade. “Cronologia do Choro Joseense”, iniciativa dos coletivos de música Conversa Afiada e Conversa de Cordas, levará para os palcos, a partir desta sexta-feira, dia 6 de dezembro, uma série de espetáculos que têm como base composições de chorões da cidade, abarcando as gerações nascidas entre 1920 e 1989.
O projeto prevê a circulação de dez shows gratuitos por diversos espaços de São José dos Campos, além de quatro concertos didáticos em escolas públicas do município. O objetivo é mostrar para o grande público a importância do trabalho de mestres do choro joseense a partir da década de 1940.
O violonista e ex-prefeito Elmano Veloso, os bandolinistas João Silva e Jorge Israel e o maestro, saxofonista e clarinetista José Antônio Cunha, fundador do Clube do Choro Pixinguinha, são alguns dos homenageados, ao lado de nomes da nova geração, como o bandolinista e cavaquinista José Marcos Manoel e o flautista Everton Campos.
“Cronologia do Choro Joseense” foi aprovado em edital público (2019) da Fundação Cultural Cassiano Ricardo para receber financiamento do Fundo Municipal de Cultura de São José dos Campos. O trabalho estrutura-se em pesquisa realizada pelos integrantes dos coletivos Conversa Afiada e Conversa de Cordas – que reúnem compositores e instrumentistas da nova geração do choro da região – sobre a obra de antigos compositores.
Segundo o músico Luiz Paulo Muricy, proponente do projeto, as composições dos grupos da velha guarda do choro eram transmitidas, essencialmente, de forma oral para as novas gerações, existindo poucos registros em partitura das composições desses artistas. Para montar o repertório dos shows, os grupos precisaram “garimpar” essas composições, resgatando gravações e antigos áudios e transcrevendo o conteúdo. Agora, por meio do projeto, as partituras resultantes da pesquisa serão disponibilizadas na internet para consultas. Os arranjos para os espetáculos foram elaborados para a formação tradicional dos conjuntos regionais de choro, reunindo instrumentos como cavaquinho, pandeiro, bandolim, violão e flauta.
Um painel com fotos sobre o movimento do choro na cidade acompanhará os espetáculos. A ideia é criar uma espécie de linha do tempo, desde o início do século 20 até os dias atuais.
“Nosso objetivo é homenagear esses compositores, que contribuíram para consolidar a cena do choro joseense”, conta Muricy. Mas o projeto quer também chamar a atenção do público para os compositores contemporâneos, que estão criando um sotaque próprio para o choro no Vale do Paraíba, segundo o músico.
São José dos Campos, diz ele, possui uma cena ativa de choro. Regularmente são realizados encontros reunindo músicos locais e convidados de outras cidades da região, que articulam animadas rodas de choro para celebrar este que é considerado o gênero musical urbano mais antigo do país.
As apresentações
A apresentação de estreia do projeto será nesta sexta-feira, dia 6 de dezembro, às
19h, no Espaço Cultural Colinas (av. São João, 2.200). O cronograma de apresentações gratuitas segue até o início de 2020. O show de encerramento terá registro em vídeo e áudio.
O primeiro concerto didático está previsto para o início do próximo ano letivo. A proposta deste formato é que, durante as apresentações, os músicos tracem um breve panorama do gênero, toquem e apresentem seus instrumentos.
Ficha técnica
Fazem parte do projeto “Cronologia do Choro Joseense” os músicos Luiz Paulo Muricy (cavaquinista / diretor e produtor artístico); José Marcos Manoel (bandolinista / diretor e produtor musical); Cláudio Rogério Ferreira (violonista); Everton Rodolfo Campos (flautista); Bruno Bertolino (pandeirista); Maria Antonieta Sachs Mendes (cavaquinista/ diretora de palco e figurino); Carlos Alexandre Wuensche (violonista / arranjador).
Serviço: Cronologia do Choro Joseense – Show de estreia dia 6 de dezembro, às 19h, no
Espaço Cultural Colinas. Gratuito. Informações sobre o projeto pelo telefone (12) 99761-2071.