Cenário aponta que investimentos em produtos que acompanham taxa básica de juros devem render menos
Pela terceira vez no ano, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central cortou a taxa Selic na última quarta-feira (30), desta vez de 5,5% para 5,0% ao ano. Na visão de especialistas, a taxa deve cair ainda mais a e atingir 4,5% ainda em 2019 (haverá mais uma reunião do Banco Central em dezembro).
Com juros mais baixos e expectativas de novos cortes, como ficam os rendimentos das aplicações financeiras e no que vale a pena investir?
Nesta mínima histórica, um momento inédito da economia do país, o cenário aponta que investimentos em produtos que acompanham a taxa básica de juros devem render menos e o investidor, por isso, precisa saber como agir. Se o investidor não prestar atenção nos seus investimentos e ficar na inércia, o dinheiro pode até perder valor ao longo do tempo. É hora de buscar novas formas de investir.
“Se você investe R$ 1.000 na poupança, por exemplo, considerando que expectativa do mercado é que a taxa de juros caia dos 5% atuais para 4,5% até o final do ano, o investidor terá o equivalente a R$ 967 depois de 10 anos a valores de hoje. Ou seja, o dinheiro poderá até passar a valer menos”, explica Breno Andrade, assessor de investimentos da WFlow – escritório Private especializado em Assessoria Financeira e Patrimonial credenciado à XP Investimentos.
Atualmente, 88% dos brasileiros que investem ainda têm seu dinheiro na poupança, que rende 70% da taxa de juros: 3,50% ao ano com os juros atuais de 5%, 3,15% se a taxa de juros cair para 4,5%. De acordo com o especialista, para ter um retorno mais alto, o investidor vai ter que abrir mão do investimento com maior liquidez, como a poupança e o CDB, e repensar a carteira de investimento, com aplicações diversificadas que otimizem o dinheiro para refletir o atual cenário econômico.
“Vamos pensar em uma carteira moderada que renda 7,5% ao ano. Em um ano, o rendimento seria 3,86% em termos reais. Assim, aqueles R$ 1.000 virariam R$ 1.461 reais em 10 anos. Bem mais razoável”, pondera Andrade.
Para o especialista, a resposta para quem quer investir é diversificar. Desta forma, é possível equilibrar os investimentos e gerar rentabilidade.
“O momento exige sair da inércia e investir em classes diferentes de ativo, buscando o máximo de diversificação na carteira, inclusive, correndo um pouco mais de risco. Veremos novas mínimas dos juros em breve. Por isso, as carteiras precisam ser repensadas e diversificadas para gerar rentabilidade”, finaliza Andrade.