Autor conta parte de sua trajetória e inspirações
Construtor civil, advogado, radialista, apresentador de TV, militar e artista formam a lista de experiências da vida de Seu José, um amante da arte da madeira entalhada. Nascido no interior de São Paulo, José Bruno Bertolusso foi descobrir seu dom no Paraná, aos 14 anos, numa cidade sulista chamada Bandeirantes.
Seu pai fazia balsas e embarcações importantes, estímulo essencial para José na época. Trabalhava na carpintaria o ajudando e começou fazendo esculturas de barquinhos, quando decidiu se desafiar a esculpir pessoas. Sua primeira obra foi nada menos que Floriano Peixoto, mais conhecido pela história brasileira como “Marechal de Ferro”.
A recomendação de seu pai era para que ele vendesse imagens de santos. ”Dava mais dinheiro”, ele dizia. Até tentou. José contou que mulheres mineiras eram loucas pela Santa Teresinha, conhecida como a santa casamenteira. Vendeu várias obras.
José explica que existem vários tipos de madeira, cada uma com sua qualidade e função para cada objetivo que o artista tem. O autor tem como suas preferências a madeira de lei (resistente e ideal para obras pesadas) e a madeira de cedro (uma das melhores opções para esculturas).
Por sua vasta trajetória ao redor do mundo, conhecendo diversas culturas, suas obras têm como base representações de diversas manifestações culturais de diferentes cantos do país e afora. Aos 87 anos de idade, Seu José continua fazendo grandes obras em madeira e tem como futuro objetivo fazer um iate, assim como seu pai fez.
No saguão da Prefeitura de Pindamonhangaba, todos poderão conferir até o final deste mês (30), um totem de índios canadenses, esculturas de moicanos, curumins, panela indígena, máscaras africanas, além de plantas, pássaros, paisagens de Minas Gerais e de Fernando de Noronha, até obras de Aleijadinho.
A exposição, viabilizada pela Secretaria de Cultura e Turismo, pode ser conferida de segunda a sexta-feira, das 8h às 17 horas, com entrada gratuita.