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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) afirma que o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, formado pelo prestigiado Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e considerado um “gênio do crime” pelos investigadores, comandava um esquema de fraude tributária que teria movimentado cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021.

Preso na última terça-feira (12), Artur dividia o protagonismo da operação com nomes de peso do varejo brasileiro: Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, diretor do grupo Fast Shop.

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Outras três pessoas também foram detidas.

Segundo o MP, a quadrilha articulava a liberação irregular de créditos de ICMS para grandes redes, com valores acima do permitido e em prazos incomuns.

As manobras burlavam filtros internos da Secretaria da Fazenda, garantindo o pagamento sem revisões.

A investigação avançou quando promotores rastrearam o patrimônio da mãe do auditor, a professora aposentada Kimio Mizukami da Silva.

Em dois anos, a fortuna dela saltou de R$ 411 mil para espantosos R$ 2 bilhões. Kimio figurava como sócia da Smart Tax, empresa considerada de fachada e utilizada para lavagem de dinheiro.

Embora Artur tenha deixado o quadro societário em 2013, o MP sustenta que ele participou da fundação da firma.

Brilhante nos estudos, Artur também havia sido aprovado no Instituto Militar de Engenharia (IME) e em Medicina pela USP. No ITA, foi premiado como melhor aluno nas áreas de aerodinâmica e estruturas, recebendo o Prêmio Professor Rene Maria Vandaele.

O feito lhe garantiu uma viagem aos Estados Unidos, patrocinada pela Embraer, para visitar centros de pesquisa, incluindo a NASA.

Após as prisões, o secretário da Fazenda paulista, Samuel Kinoshita, se reuniu com promotores para reforçar o combate a esquemas similares.

Enquanto o MP promete atuação criminal rigorosa, a Secretaria deve endurecer os mecanismos de controle interno.

Até o fechamento desta edição, a defesa de Artur não havia se manifestado.

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