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Na busca por uma saúde intestinal equilibrada e uma imunidade mais forte, três termos se destacam cada vez mais nas prateleiras de farmácias, supermercados e clínicas de nutrição: prebióticos, probióticos e simbióticos. Embora pareçam semelhantes, esses componentes têm funções distintas no organismo — e saber a diferença entre eles pode fazer toda a diferença nos resultados que você espera alcançar com a alimentação ou suplementação.

Neste guia completo, você vai entender o que são esses compostos, qual a função de cada um no organismo, como e quando utilizá-los e quais cuidados deve ter antes de incluí-los na rotina.

Entendendo o papel da microbiota intestinal

O intestino humano abriga trilhões de micro-organismos, entre bactérias, fungos e vírus, que formam a chamada microbiota intestinal. Ela atua em diversas funções, como a digestão de alimentos, a produção de vitaminas, a proteção contra patógenos e o fortalecimento do sistema imunológico. Quando esse ecossistema está em equilíbrio, a saúde tende a acompanhar. Mas desequilíbrios podem favorecer infecções, inflamações e até doenças autoimunes.

É nesse contexto que entram os prebióticos, probióticos e simbióticos.

O que são os prebióticos?

Os prebióticos são fibras alimentares não digeríveis que servem como “alimento” para as bactérias benéficas que habitam o intestino. Eles ajudam a estimular o crescimento e a atividade desses micro-organismos, promovendo um ambiente intestinal mais saudável.

Alimentos ricos em prebióticos:

  • Alho
  • Cebola
  • Aspargos
  • Alcachofra
  • Banana verde
  • Aveia

Esses compostos não atuam diretamente na imunidade, mas favorecem a multiplicação das bactérias boas, o que, por consequência, contribui para o equilíbrio da flora intestinal. Vale destacar que os prebióticos não contêm bactérias vivas, apenas criam condições favoráveis para elas.

O que são os probióticos?

Já os probióticos são micro-organismos vivos, geralmente bactérias ou leveduras, que ao serem ingeridos em quantidades adequadas conferem benefícios à saúde. Eles colonizam temporariamente o intestino e ajudam a manter ou restaurar o equilíbrio da microbiota.

Fontes naturais de probióticos:

  • Iogurtes com culturas vivas
  • Kefir
  • Kombucha
  • Missô
  • Tempeh
  • Suplementos em cápsulas ou sachês

Os probióticos são indicados especialmente em momentos de desequilíbrio intestinal, como após o uso de antibióticos, episódios de diarreia, constipação ou infecções recorrentes. Também há evidências científicas que relacionam seu consumo à melhora da absorção de nutrientes e à redução de sintomas da síndrome do intestino irritável.

E os simbióticos, o que são?

Os simbióticos combinam prebióticos e probióticos em um único produto. A ideia é potencializar os efeitos benéficos, oferecendo simultaneamente bactérias vivas e os nutrientes que favorecem seu crescimento e sobrevivência no intestino.

Quando optar por simbióticos:

  • Em processos de reabilitação intestinal
  • Durante o tratamento de disbiose (desequilíbrio da flora)
  • Após quadros severos de infecção ou diarreia
  • Em dietas restritivas ou pós-cirúrgicas

Os simbióticos são especialmente eficazes para pessoas com a microbiota fragilizada, como idosos, pacientes imunocomprometidos ou aqueles com dietas pobres em fibras.

Quando utilizar cada um?

Prebióticos:

  • Para manutenção da flora intestinal no dia a dia
  • Em dietas ricas em fibras
  • Como parte da alimentação preventiva

Probióticos:

  • Após uso de antibióticos
  • Em quadros de infecção intestinal
  • Para melhora de sintomas digestivos específicos

Simbióticos:

  • Para potencializar o efeito de probióticos
  • Em casos de desequilíbrio severo da microbiota
  • Como suporte em situações clínicas específicas

É importante ressaltar que o uso de qualquer um desses componentes deve ser individualizado, preferencialmente com orientação de um nutricionista ou profissional da saúde. Nem todos os organismos respondem da mesma forma, e o excesso — principalmente no caso de suplementos — pode causar desconfortos como gases ou distensão abdominal.

Existe contraindicação?

No geral, prebióticos e probióticos são considerados seguros para a maioria das pessoas. Porém, em casos específicos, como em pacientes imunodeprimidos, com doenças inflamatórias graves ou em tratamento oncológico, é fundamental consultar o médico antes de iniciar qualquer suplementação.

Além disso, a escolha de probióticos deve levar em consideração a cepa bacteriana (ou strain), pois diferentes cepas têm efeitos distintos. O uso indiscriminado ou com cepas inadequadas pode não trazer os benefícios esperados.

Embora frequentemente citados em conjunto, prebióticos, probióticos e simbióticos exercem funções distintas e complementares no cuidado com a saúde intestinal. Entender suas diferenças e aplicações é essencial para aproveitar ao máximo seus benefícios, seja por meio da alimentação ou de suplementos.

Investir em uma alimentação equilibrada, rica em fibras e alimentos fermentados, já é um excelente passo para fortalecer o intestino e, por consequência, todo o sistema imunológico. Mas, em situações específicas, o uso estratégico de simbióticos pode representar uma poderosa ferramenta de reequilíbrio do organismo.

Seja qual for sua escolha, lembre-se: o intestino é considerado o segundo cérebro — e cuidar dele é cuidar de todo o corpo.