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Saúde feminina em jogo: projeto de futebol no Vale do Paraíba incentiva mais mulheres a aderirem ao esportes

Dados mostram que apenas 25% das mulheres no Brasil praticam a quantidade adequada de atividades físicas. O projeto Quero Jogar Futebol Feminino busca mudar esse cenário no Vale do Paraíba

Foto: divulgação
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A pesquisa mais recente promovida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que apenas 26,4% das mulheres praticam o nível considerado adequado de atividades físicas. O projeto Quero Jogar Futebol Feminino rompe esse cenário, ao promover aulas exclusivas para meninas e mulheres do Vale do Paraíba, a fim de proporcionar mais qualidade de vida para a população feminina da região.

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O IBGE apontou alguns fatores para esse baixo índice, entre eles, a média de atividades domésticas realizadas por mulheres, 21 horas semanais, que é quase o dobro realizada por homens, 10 horas semanais, o que acarreta a falta de tempo para elas, e a ideia de esportes somente para níveis profissionais.

“Sabemos a realidade da maioria das mulheres. Elas trabalham, possuem suas casas para cuidar e muitas possuem filhos que dependem delas. O tempo realmente passa a ser um fator complicador, e aí a atividade física é quase vista como luxo”, explica a fundadora do projeto, Priscila Gregatti. “Além disso, muitas acabam vendo a atividade física, principalmente o futebol, apenas para atletas profissionais, mas nosso propósito é mudar isso e fazer com que todas tenham um momento para cuidarem de si mesmas”, conta a fundadora.

Foto: divulgação

As consequências

Como consequência, o índice de sedentarismo entre as mulheres é de 65% e o índice de obesidade é de 62,6%, segundo os dados mais recentes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNE) referente ao ano de 2022. Além disso, os dados da Agência Brasil (2023) mostram que quando se trata de hipertensão arterial, 26,6% dos brasileiros receberam o diagnóstico, com maiores prevalências entre mulheres, de 30,8%. Ainda segundo o estudo, muitos desses quadros clínicos deve-se a falta de exercícios.

Em novembro de 2022, a atleta amadora do projeto Quero Jogar Futebol Feminino, Aline Lourdes de Oliveira (38), descobriu que estava pré-diabética. Entre os principais motivos, estava a falta de exercícios na rotina de Aline que também é professora.

Quando recebeu o diagnóstico de quadro de saúde crítica, veio a preocupação e a percepção da necessidade de olhar mais para si. “Eu estava priorizando as atividades domésticas, atendendo as demandas de mãe, esposa e professora, e percebi que esqueci de atender as minhas próprias demandas”, relata a professora.

Na época, a professora precisou fazer uma reeducação alimentar e voltar com atividades físicas, pelo menos cinco dias na semana, para sair do quadro crítico de saúde que se encontrava. “Precisar mudar completamente a minha rotina para melhorar a saúde, foi um desafio e tanto. Estava parada (sem fazer atividades físicas) há muitos anos. Então comecei com cinco treinos na semana de funcional, e me ajudou muito, mas eu ainda sentia falta de um exercício que me desse prazer”, conta.

Aline já havia realizado aulas no projeto de Priscila em anos anteriores, e resolveu voltar a jogar futebol para tentar juntar a necessidade com algum esporte que gostasse. Hoje, ela mantém os treinos de funcional, mas também tem aulas no projeto, algo que mudou sua relação com a atividade física.

 “Quando estou jogando bola, além de estar cuidando da minha saúde, estou cuidando da minha mente. Deixo em casa a Aline mãe, esposa e professora, e encontro a Aline pessoa. Tem sido terapêutico”, finaliza.

Foto: divulgação

Sobre o Quero Jogar Futebol Feminino

O Quero Jogar Futebol Feminino é um projeto na região do Vale do Paraíba, idealizado por Priscila Gregati, que tem o objetivo de ensinar, conectar e incentivar mulheres e meninas à prática esportiva. Atualmente, o Quero Jogar Fute tem mais de 150 alunas a partir dos quatro anos de idade, em 15 turmas divididas por faixa etária, do iniciante ao avançado. Mais informações em https://querojogarfutebolfeminino.com.br/  

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