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A Psicologia dos Jogos de Terror

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A psicologia por trás dos jogos de terror

O amor por jogos de terror pode parecer contraproducente. O que é que pode levar alguém a gostar tanto de jogos cujo objetivo é levá-lo na direção completamente oposta à da diversão? A tensão sentida num jogo de terror pode não parecer exatamente divertida, mas ainda assim os jogadores adoram-na.

Para entendermos o porquê de gostarmos de jogos de terror, temos primeiro de entender o que é que nos acontece quando jogamos a estes jogos. Também pode encontrar outros jogos que não o vão assustar no SpinCity.

A biologia dos jogos de terror

Os jogos e os filmes de terror têm efeitos similares. Quer sejam jogadores ou meros espetadores, ao interagir com este tipo de conteúdo, as pessoas podem começar a tremer, tapar os olhos, sentir-se ansiosas ou até mesmo enjoadas. Contudo, a intensidade destas sensações não é exatamente igual nos dois tipos de conteúdo. Os estudos indicam que as emoções sejam mais intensas quando as pessoas se colocam no papel principal da ação. Num estudo, as pessoas que jogaram a um jogo de terror mostraram ter os batimentos cardíacos mais acelerados do que aquelas que viram um filme assustador.

A biologia disto é simples. Quando nos assustamos com alguma coisa num jogo, a nossa resposta de “lutar ou fugir” é ativada e dá-nos um pico de adrenalina. Contudo, quando nos defrontamos com terror fantástico e ambiental, o nosso corpo tem mais tempo para analisar a situação. De certo modo, e ao utilizar estas duas coisas, os jogos de terror são como uma montanha-russa de emoções, o que os torna extremamente viciantes, tais como os jogos caça-níqueis Spin City.

O relaxamento das zonas seguras

No entanto, não é apenas o pico de adrenalina que torna os jogos de terror viciantes. Imaginemos o seguinte: estamos a jogar a um jogo de terror e temos de enfrentar um boss poderoso que nos está a perseguir, contudo estamos com pouca vida e já não temos poções ou outros itens de cura. O boss está mesmo atrás de nós, prestes a eliminar todo o nosso progresso, até que, contra todas as expectativas, encontramos uma zona segura e onde podemos guardar o nosso progresso. Que alívio!

As zonas seguras e as sensações de alívio são outro dos fatores que tornam os jogos de terror tão viciantes. Depois de experienciar um pico de adrenalina, os jogadores têm a chance de relaxar numa zona segura. Este ciclo de tensão e de relaxamento é bastante apelativo para a maioria dos jogadores. O terror nunca é constante, vem em picos que são aliviados por pausas na história ou na exploração do jogo que não só permitem o relaxamento, como também dão aos jogadores um objetivo além de um simples “escapar ao terror”.

Nem todos gostam de jogos de terror

No entanto, e apesar de haver uma razão psicológica para o apelo dos jogos de terror, a verdade é que nem todas as pessoas apreciam este género de jogos. A psicologia mostra-nos que, tal como os thrill seekers, isto é, os viciados em adrenalina, também existem thrill avoiders, pessoas que evitam essa sensação tão viciante para tantas outras pessoas.

Para essas pessoas, a ideia de se assustarem e de estarem tensas durante muito tempo não é de todo apelativa. Estas pessoas, por norma, procuram nos jogos as sensações opostas e querem apenas relaxar. Além disso, estas pessoas também podem mostrar demasiada empatia pelas personagens ficcionais, não querendo que experienciem as situações traumáticas que ocorrem no jogo.

Jogos e filmes de terror

Embora tenham várias semelhanças, os jogos e os filmes de terror têm uma grande diferença: a forma como a história é experienciada. Se num filme de terror somos meros espetadores, num jogo é necessário que sejamos participantes ativos. Por exemplo, numa situação assustadora num filme, podemos simplesmente fechar os olhos e esperar que a cena acabe. Contudo, isso não é possível num jogo. Num jogo é necessário que enfrentemos a fonte do desconforto.

Para quem prefere apenas doses baixas de terror, então os filmes são talvez a melhor aposta. Além de não ser necessário ter um papel ativo, os filmes permitem saltar as partes mais problemáticas, nem que seja através de um mero desviar do olhar. Contudo, num jogo, isso é muito mais complicado. Os jogos de terror podem ser extremamente emocionantes e apelativos a muitos tipos de pessoas, mas a psicologia mostra-nos que nem todos sentem o mesmo em relação a estes jogos.

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