Poucas horas depois de disputar o jogo de ida contra o Manchester United pela Liga Europa, na última quinta-feira, 16 de fevereiro, uma notícia repercutiu nos corredores do Barcelona. O clube está envolvido em uma investigação do Ministério Público catalão “por corrupção. Mas quão comprometida está a instituição neste caso, cujo principal alvo é a DA NIL 95 SL, empresa de José María Enríquez Negreira, ex-árbitro e membro do Comitê Técnico de Árbitros?
A 22Bet apresenta todos os detalhes sobre a denúncia, a resposta do Barcelona e a possível sanção que o clube liderado por Xavi Hernández poderia receber.
Como está a investigação que envolve o Barcelona e os árbitros?
O jornal Cadena Ser, na manhã desta quarta-feira, 15 de fevereiro, publicou uma matéria intitulada “O Ministério Público investiga a companhia de um ex-vice-presidente de árbitros que recebeu pagamentos do Barça por assessoria enquanto estava no cargo”, que rapidamente pegou a atenção do clube culé Neste é detalhada a investigação, que visa o referido DASNIL 95 SL pela tributação de 1,4 milhões de euros pagos pelo Barcelona de 2016 a 2018. Neste caso, o clube é participante, embora não arguido. Pelo menos por agora.
Que serviço prestou José María Enríquez Negreira ao Barcelona?
Como ele mesmo explicou, seu trabalho consistia em “aconselhar
verbalmente” à instituição. Ele explicou aos jogadores como eles deveriam se comportar diante de cada árbitro. O que eles poderiam fazer/dizer dependendo de quem estava no comando.
Isso não teria levantado nenhuma suspeita se, no momento dos pagamentos, Enríquez Negreira não fosse o vice-presidente do Comitê Técnico de Árbitros (CTA) da Real Federação Espanhola de Futebol. Você ajudou os catalães de forma “ilegal”? A ex-autoridade garantiu que nada disso aconteceu.
Do Barcelona, que na altura era presidido por Josep Maria Bartomeu, garantem que esta política de receber relatórios já existia pelo menos desde 2003. E foi interrompida por “corte de despesas”.
Declaração do Barcelona
O clube não hesitou em emitir rapidamente um comunicado oficial em que se defenderam. Sem negar ter recebido a assessoria, o clube sente essa investigação como uma ameaça. “O FC Barcelona lamenta que esta informação aparece justamente no melhor momento esportivo desta temporada”, escreveram.
Os catalães deixaram claro que “no passado foram contratados os serviços de um consultor técnico externo, que fornecia, em formato de vídeo, relatórios técnicos referentes a jogadores de categorias inferiores na Espanha para a secretaria técnica do clube”. E acrescentam: “O relacionamento com o próprio provedor externo foi ampliado com relatórios técnicos relacionados à arbitragem profissional de forma a complementar as informações exigidas pela comissão técnica do time principal e da subsidiária, prática comum em clubes de futebol profissional”.
A declaração da Comissão Técnica de Árbitros
“A CTA quer deixar claro que o senhor Enríquez Negreira não faz parte de nenhuma estrutura federativa desde a mudança de governo realizada após as eleições de 2018”, disse à agência. E continuou: “O CTA coloca-se à disposição da Justiça para oferecer a sua máxima colaboração em qualquer tipo de informação que esta Comissão possa prestar”.
Ao mesmo tempo, informaram que “nenhum árbitro ou membro dos órgãos do CTA pode exercer funções susceptíveis de entrar em conflito de interesses”.
O comunicado da Real Federação Espanhola de Futebol
“A RFEF exige, para além da declaração de não conflito de interesses a todos os membros dos vários órgãos e trabalhadores, uma declaração ampliada assinada por todos os membros das comissões disciplinares e nomeação arbitral em que se obrigam a discriminar eventuais rendimentos, independentemente do que se percebe na RFEF, que possa estar relacionado com o futebol para efeito de poder avaliar e verificar a efetiva e real inexistência de conflitos de interesses. Todos os membros apresentaram e assinaram os referidos documentos”, publicaram.
Que sanção caberia ao Barcelona?
Para o Barcelona receber uma sanção, o clube deve primeiro ser investigado, quando hoje o foco está na empresa de Enríquez Negreira. Caso isso aconteça e ele seja considerado culpado de receber ajuda de arbitragem ou dar propina, os catalães podem enfrentar duras sanções.
A Juventus, envolvida em um escândalo de suborno de arbitragem, foi punida com o rebaixamento em 2006. Além disso, os títulos conquistados nas temporadas 2004-2005 e 2005-2006 foram retirados.
