Desde o início da invasão liderada pelas forças russas, o líder católico chama atenção para a possibilidade do uso de armas nucleares
“A ameaça de um conflito global desencadeado pela invasão da Ucrânia pela Rússia precisa convencer a todos de que chegou a hora de a humanidade abolir a guerra antes que ela acabe com a humanidade”, disse o Papa Francisco, no último domingo (27).
O Santo Padre denunciou o martírio da Ucrânia e a agressão do país por parte da Rússia.
“Mais de um mês se passou desde a invasão da Ucrânia, desde o início desta guerra cruel e sem sentido, que, como toda guerra, é uma derrota para todo mundo, para todos nós”, disse ele a milhares de pessoas na Praça de São Pedro, no Vaticano, durante o Ângelus.
“Temos que repudiar a guerra, um lugar de morte onde pais e mães enterram seus filhos, onde homens matam seus irmãos sem sequer vê-los, onde os poderosos decidem e os pobres morrem”, acrescentou.
Desde que a Rússia invadiu seu vizinho, há mais de um mês, o Pontífice tem falado diversas vezes sobre um possível conflito nuclear.
A guerra na Ucrânia está destruindo o futuro do país, disse ele, citando a estatística de que metade das crianças da Ucrânia teve que fugir do país.
“Essa é a bestialidade da guerra, algo que é bárbaro e um sacrilégio”, disse ele, incentivando seus ouvintes a não considerar a guerra como inevitável ou algo com que se acostumar.
“Se sairmos disto da mesma forma como éramos antes, nós todos seremos, de alguma maneira, culpados. Diante do perigo da autodestruição, a humanidade precisa entender que chegou a hora de abolir a guerra, de cancelá-la da história do homem, antes que ela cancele o homem da história”, disse ele.
A Rússia invadiu a Ucrânia no último dia 24 de fevereiro e provocou a morte de centenas de pessoas, além de milhões de refugiados. A guerra tem sido condenada pela comunidade internacional, que já anunciou diversas sanções contra o governo de Vladimir Putin e oligarcas russos.
Desde então, o Papa Francisco tem feito reiterados pedidos de paz, convidando os fiéis, inclusive, a um dia de jejum e oração para o fim do embate entre as duas nações. O Pontífice vem tentando diversas maneiras para mediar o conflito. Recentemente, ele ligou duas vezes para o presidente ucraniano para demonstrar apoio e solidariedade.
Fonte: A12.com