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Prefeitura e PM impedem 140 aglomerações em um ano em São José dos Campos

Foto: Adenir Britto/PMSJC
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A Prefeitura de São José dos Campos e as forças de segurança impediram preventivamente a realização de 140 fluxos e festas clandestinas com aglomerações em todas as regiões da cidade no período de um ano da pandemia da covid-19.

Desde março do ano passado, foram atendidas 5.466 reclamações de munícipes referentes à perturbação do sossego público realizadas através dos canais oficiais: 153 (Guarda Civil Municipal) e 190 (Polícia Militar).

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Médico infectologista da rede municipal de Saúde desde 2006 e membro do Comitê Municipal de Prevenção e Enfrentamento ao Novo Coronavírus, Joper Fonseca Junior ressalta os riscos que tais eventos trazem à saúde pública e principalmente às pessoas mais idosas.

“A chance de se pegar o vírus fora de casa e trazê-lo para dentro do domicílio tem sido a maior forma de infecção de idosos e pessoas mais vulneráveis que, muitas vezes, estão ficando em casa e colaborando com o distanciamento social”, disse o médico (leia a entrevista no final do texto).

Apoio popular

Munícipes consultados consideram que o reforço das ações por parte da Prefeitura e das forças de segurança é fundamental para redução do número de contaminados pelo coronavírus na cidade.

“Temos várias pessoas abusando muito. Por isto, quanto mais ações da Prefeitura e das forças de segurança para evitar fluxos e aglomerações, melhor para toda a população”, afirmou o operador de telemarketing Felipe Coutinho, 23 anos, do Monte Castelo, região central.

As operações integradas ocorrem desde o início da pandemia todos os finais de semana e feriados através do programa São José Unida e contam com a participação de guardas civis municipais, agentes do Departamento de Fiscalização de Posturas Municipais, agentes da Secretaria de Mobilidade Urbana e policiais militares.

Desde o início da pandemia da covid-19, a Prefeitura também intensificou os trabalhos de fiscalização e orientação do comércio. Durante esse período, foram realizadas 17.236 vistorias e 6 mil orientações, aplicadas 772 multas e atendidas 16.464 reclamações e denúncias da população de aglomerações e descumprimento às regras da quarentena feitas através dos canais oficiais.

Entrevista

Entrevista com o infectologista Joper Fonseca Junior, médico da rede municipal desde 2006 e membro do Comitê Municipal de Prevenção e Enfrentamento ao Novo Coronavírus

Quais os riscos causados pelos fluxos do funk, festas clandestinas e aglomerações?

Basicamente, com o aumento de contato entre as pessoas nestes tipos de eventos, nos quais não se utilizam máscaras e não se mantêm distanciamento seguro, ocorre grande disseminação de partículas virais de um único indivíduo infectado para os demais. Esta transmissão ocorre de forma intensa e eficiente. Por se tratar de grande totalidade de pessoas jovens que moram com pais e avós idosos, há um alto risco de transmissão do vírus no ambiente doméstico com alta probabilidade  de adoecimento, internação e mortes que poderiam ser evitadas.

Como estes eventos impactam no sistema de saúde pública? 

Sabemos que os idosos e pessoas em meia idade apresentam diversas doenças como diabetes, hipertensão arterial e doenças renais. Ao se promover eventos deste tipo, temos aumento da circulação de vírus na comunidade e aumento dos casos de pessoas com maior risco de internação e ocupação de leitos de UTI. Como nossa grade de leitos é finita, uma grande demanda de pessoas doentes ao mesmo tempo aumenta o risco de colapso dos sistemas de saúde público e privado com risco de pessoas morrerem sem poderem ser assistidas em ambiente seguro.

O número de jovens internados pela covid está aumentando?

O número de infecção grave em indivíduos jovens e sem nenhuma doença vem crescendo no Brasil e no mundo todo. Acreditamos se tratar de vírus variantes, que são mais fáceis de se transmitir e vêm provocando efeitos graves em pessoas que até recentemente não adoeciam. Estamos em uma nova fase, com muita disseminação e muitos jovens sendo internados em estado crítico. O momento requer muita responsabilidade de todos.

Foto: divulgação/PMSJC


Doutor Joper alerta para riscos de contaminação nos fluxos e aglomerações

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