Início Publieditorial Em época de isolamento social, aumenta a procura por serviços adultos online

Em época de isolamento social, aumenta a procura por serviços adultos online

Emme White (Foto: Arquivo pessoal/Divulgação)
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Especial Diego Vivan

Com diversos setores da economia sendo afetada em razão do isolamento social sugerido pela Organização Mundial da Saúde como uma forma de conter a disseminação do coronavírus, um setor que teve um aumento significativo, neste período, é o mercado online, especialmente a de serviços adultos como shows privativos das camgirls. Elas sentem prazer em trabalhar e amam o que fazem. São bonitas, inteligentes, sedutoras, sabem conversar e interagir, as camgirls estão cada vez mais em alta.

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Criado em 2010, com a intenção de auxiliar as mulheres que já vinham fazendo show de sexo na webcam, porém, através do Skype, o CameraHot é um dos sites de maior fluxo do gênero. Por se tratar de uma forma complicada, sem garantia de pagamento ou com grande desconfiança das modelos por não saberem se os caras iriam pagar ou não, foi criado esse sistema que garante a confidencialidade do contato de camgirls e usuários, pagamento em dia e tecnologia de ponta para transmissão.

O site informou aumentos expressivos de acessos, cadastros e de novas modelos entre os meses de janeiro a abril deste ano. Em janeiro e fevereiro houve um acumulo de 2.008.146 visitas, enquanto que o mês de março até o dia 21 de abril o acumulado foi de 2.986.405 acessos, o que representa um aumento de 48%. Em relação ao cadastro de novos usuários, janeiro e fevereiro foram de 42.897, março e abril de 65.705, representando uma evolução de 53%. Já sobre novos cadastros de camgirls, janeiro e fevereiro o acumulo foi de 563, e de março e abril de 722, representando um aumento de 28%.

O site também revelou que houve um aumento bem grande de modelos online. “Camgirls que antes tinham faculdade, trabalhos por fora ou atividades como academia, acabam ficando em casa por conta da quarentena e estão ficando mais tempo dedicadas ao trabalho. Em média elas ficavam cerca de quatro horas online por dia, hoje estão ficando entre sete e nove horas”.

Neste período, também teve um aumento de 25% no volume de vendas. Dentro desse valor de faturamento, cerca de 60% é de usuários recorrentes, ou seja, os clientes já fixos do CameraHot estão ficando mais tempo online e gastando mais créditos.

Como tem mais clientes no site comprando e gastando créditos, o faturamento das camgirls, consequentemente, também aumentou, porém, isso depende de cada modelo e quanto tempo elas permanecem transmitindo.

Outra importante plataforma de shows, o CameraPrive foi desenvolvido por brasileiros, lançada em 2013. A empresa que administra a plataforma é a Dark Media Group. Atualmente, o site recebe cerca de dois milhões de visitas por dia. De acordo com as informações do CameraPrive, em janeiro e fevereiro, foram 126.147.815 acessos. Já março até o dia 21 de abril, a soma foi de 132.069.200 visitas, o que já representa um aumento de 5%, faltando ainda nove dias para o fim do mês.

As visitas no mês de março representaram um aumento nos acessos de 15%. A previsão é que o site feche o mês de abril com cerca de 80 milhões de visitas. E o aumento de acessos diários agora está em torno de 29%.

Em relação ao cadastro de novos usuários o site também informou que janeiro e fevereiro o número foi de 366.304. Já março e abril (até dia 21) esse número chegou a 430.846, representando uma evolução de 17%. Já sobre novos cadastros de camgirls, janeiro e fevereiro o acúmulo foi de 1.348. Março e abril foram 1.548 novos cadastros, representando um aumento de 14,8%.

Em uma matéria publicada no último mês de março, pelo site da Revista Veja, o site adulto de filmes, PornHub, também divulgou que teve um aumento médio de audiência de 5.7% desde o início do surto. Na Itália, o aumento foi de 57% no dia 18 de março. No Brasil, com o início da quarentena, esse número saltou 13.1%, no dia 17 de março.

CAMGIRL

De acordo com uma matéria publicada pelo site areah, com nove dicas sobre curiosidade das camgirls, há meninas que se dedicam integralmente ao trabalho de modelo virtual. Há as que levam uma vida profissional paralela (são professoras, psicólogas, advogadas, donas de casa…) e ligam a webcam para complementar a renda. E ainda existem as que encaram o trabalho por um período, para pagar faculdade, comprar um carro, viajar, colocar silicone. Mas, algumas até já assumiram o que fazem para suas famílias, adotam uma posição positiva sobre o trabalho e não se deixam abalar com comentários”.

São vários os motivos que levam as garotas a atuar como camgirls. O mais citado por elas, é o dinheiro, a flexibilidade de horário, além do prazer. O trabalho é uma forma de renda ou de complementar a renda da casa. Muitas das meninas dizem que poder usar e abusar da sensualidade e brincar de exibicionismo já são ótimos motivos para se tornar uma modelo virtual. E o melhor: ser camgirls, para elas, trouxe uma melhora na autoestima, na forma de lidar com o corpo e com a própria sexualidade, além de trazer uma sensação de liberdade.

No Brasil, o segmento atingiu um novo patamar quando a participante do programa Big Brother Brasil 14, Clara Aguilar, revelou a muitos brasileiros a sua profissão de camgirl. “Antes do BBB ninguém conhecia: tinha pouco sites no Brasil, nenhum ia muito para frente. Até hoje eu recebo muita mensagem de meninas dizendo que conheceram o camming por mim, se tornaram modelos e estão felizes hoje com a profissão delas, ou conseguiram pagar os estudos por isso. É algo que veio a agregar para as brasileiras. Para mim, o camming deu tudo que tenho na minha vida. Aprendi a falar inglês nos sites, comprei imóvel e tenho certeza que contou 90% para me chamarem para o BBB”, disse ela a uma entrevista para o Portal Bol, em outubro do ano passado. Clara, atualmente é influencer nas redes sociais, DJ e tem um canal do Youtube onde dá dicas sobre o camming e sexo.

“Desde o isolamento houve sim uma demanda maior, com base nas vendas do meu Snapchat que que eu vendia mais ou menos 30 assinaturas por mês, em março eu vendi 100 assinaturas”, revela a camgirl, Juliana Villegas, 25 anos, de Belo Horizonte/MG. Há cinco anos atuando como camgirl, ela admite que chega a faturar R$ 10 mil por mês. “Camgirl não é apenas mostrar o corpo, uma camgirl ganha muito mais batendo um papo de duas horas do que oferecendo um strip-tease de dez minutos para uma masturbação focada apenas no prazer instantâneo”, garante ela que não sente dificuldade nenhuma em ser uma camgirl. “A dificuldade está na cabeça de quem tem vergonha de ser o que quer ser, porque tem medo do que os outros vão pensar e eu não estou nem aí para o pensamento alheio”.

Juliana Villegas (Foto: Arquivo pessoal/Divulgação)

Dayse, de 24 anos, de Criciúma/SC, disse que além de ter dobrado o número de clientes nos últimos dois meses, o pedido por fantasiar de enfermeira também teve uma grande procura. “Nessa época de quarentena voltou a moda de fantasias de enfermeira, médica, para usar máscara cirúrgica, eles estão pedindo muito. E junto com isso também vem os pedidos inusitados, como higienizar as mãos antes do atendimento. Teve um cliente que o fetiche dele era de ver a camgirl lavar as mãos. Eu coloquei a câmera no banheiro, pois ele queria me dizer como ele queria que eu lavasse as mãos. Ele vai de sala em sala pedir para as meninas fazerem isso”, revela ela que durante o período de isolamento social viu seu faturamento no diário no CameraHot subir de R$ 200,00 para R$ 500,00.

Dayse (Foto: Arquivo pessoal/Divulgação)

Aos 29 anos, Yara Vieira (oriental vip), trabalha há um ano como atriz de filmes adultos, e começou a sua carreira no entretenimento como camgirl. “Meu ex-namorado jogou meu nudes na internet para me sacanear. A produção da (produtora de filmes adulto) Brasileirinhas me achou e fez o convite! Resolvi aceitar e meu primeiro passo foi adquirir experiência como camgirl para ir se adaptando ao mercado adulto”, conta ela que admite que seu faturamento aumentou 30% durante o período de isolamento social. “Ganho de 6 a 25 mil por mês”, revela ela que também atua com venda de vídeos personalizados, fotos e chamadas de vídeo pelo Instagram, Twitter, Snapchat, em grupos no WhatsApp e CameraPrive.

Yara Vieira (Oriental Vip) (Foto: Arquivo pessoal/Divulgação)

Clara, 22 anos, de Campinas/SP, é camgirl no CameraHot há dois anos. “Uma amiga me falou sobre isso e resolvi entrar. No começo foi um pouco pelo dinheiro, mas, é pelo prazer também. Eu trabalhava de recepcionista em um hospital, gostava também, mas, percebi que sou apaixonada pelo conteúdo adulto”, conta. Sem falar de números, ela admite que a procura pelo os seus serviços aumentaram durante o período de isolamento social. “Aumentou muito após o início da quarentena, o meu faturamento dobrou e o público está mais diversificado”, conta ela que ainda revelou um pedido inusitado de um cliente. “Por conta da quarentena, um usuário pediu que lavasse as mãos antes de me tocar e para me prevenir do vírus”.

Clara (Foto: Matheus Machado/divulgação)

Para Clara, embora reconheça que tinha certa desconfiança com o trabalho, ela tem o apoio de sua família, mas, o preconceito com a profissão ainda é um tabu para a sociedade de uma forma geral. “Pra mim, a maior dificuldade que enfrentei foi comigo mesma. Tinha muitos tabus e preconceitos em relação a esse tipo de serviço. Tive privilégio por conta da minha família aceitar com tranquilidade, mas reconheço que o trabalho com conteúdo adulto ainda é muito mal visto”, explica.

Emme White, 39 anos, natural de Porto Alegre/RS, mas, morando atualmente em São Paulo/SP, é hoje uma experiente e respeitada atriz de conteúdo adulto, tendo conquistado cinco vezes o prêmio Sexy Hot – também conhecido como o Oscar do Pornô Brasileiro. Camgirl há dez anos, embora ainda não tenha calculado o aumento de seus ganhos com a quarentena, ela acredita que o aumento pela procura pelos serviços pela webcam aumentaram. “De uma forma geral, creio que tenha aumentado a procura, pois muitas pessoas estão sozinhas em casa e essa acaba sendo uma forma de interagir com outra pessoa, não só em busca de sexo virtual, mas para conversar também. Muitos usuários me procuram para apenas bater papo mesmo, sobre os mais variados assuntos. E, se pinta um clima, acabamos partindo para o sexo virtual, mas não necessariamente. Às vezes eles só querem mesmo conversar com alguém que não vai julgar suas fantasias e fetiches”, disse ela que se apresenta na plataforma CameraPrive.

Emme White (Foto: Arquivo pessoal/Divulgação)

“A parte financeira foi a que mais me atraiu, porém, sempre fui bem resolvida com minha sexualidade e, inclusive, antes de saber que tinha como ganhar dinheiro se exibindo pela webcam tive uma experiência bem prazerosa com um “crush” na época, no saudoso MSN, onde fizemos sexo virtual e me senti bem excitada com a experiência. Nunca havia feito isso antes. Quando descobri que havia como aliar o prazer a uma boa renda financeira, me pareceu a oportunidade perfeita! Pensei: por que não?!”. “O bom de ser camgirl é que fazemos nossos horários, sem uma obrigação de quantidade de dias ou horas. Mas, claro, quanto mais tempo puder ficar online, maior o faturamento. Hoje em dia, por ter um nome reconhecido no meio, ficando no máximo quatro horas online, já tiro uma boa renda. Dependendo da dedicação e fama da modelo, os ganhos podem ir de 3 a 20 mil reais mais ou menos”, revela ela.

DICAS PARA QUEM QUER SER UMA CAMGIRL

Bem-sucedida e resolvida em sua vida pessoal e profissional, Emme White deixa um recado para as meninas que procuram se encorajar para iniciar uma carreira no entretenimento adulto. “A dica que vale para todas as mulheres, independente de trabalhar com sexo ou não: seu corpo, suas regras. E não é porque alguém está pagando que tem o direto de te destratar ou achar que você é obrigada a fazer algo com o qual não se sente à vontade. Nesse meio temos vários nichos, fetiches, gostos… não se sinta intimidada por achar que não está dentro de um padrão estético. Em dez anos nesse meio, posso afirmar que tem gosto pra tudo! E não só de corpo vive uma boa camgirl. Inteligência e ter um bom papo fazem toda a diferença e vai te ajudar a fidelizar clientes”, explica.

“Pesquise bastante antes e tenha seu psicológico preparado, pois é possível e provável que você sofra preconceito com sua escolha e hoje em dia, uma vez que sua imagem caiu na internet, é praticamente impossível que ela suma. Se você fizer apenas por dinheiro, a probabilidade de se arrepender é maior. Estude sobre finanças (afinal, essa carreira tem prazo mais curto que o normal) e marketing também. Isso te ajuda a se destacar e diferenciar das outras. Tenha identidade própria! É legal procurar em quem se inspirar, mas, não é legal copiar”, alerta ela.

“Para quem quer trabalhar no camgirl eu digo faça se você curte se exibir, se você curte conhecer pessoas e conversar. Se for só pela grana não dá certo porque ser camgirl é um trabalho como qualquer outro. Para você crescer e ganhar visibilidade, exige empenho. Quando você gosta, daí sim você faz com amor e o retorno vem”, diz Dayse. “Faça com prazer, seja leal a seus princípios e vontades, e divirta-se!”, recomenda Yara Vieira (oriental vip). “Priorize sempre sua saúde mental e tenha certeza do que quer. É uma profissão maravilhosa, mas o preconceito abala muito. Se quer, se dedique e vá fundo!”, incentiva, Clara.


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