por Gustavo Neves, economista e assessor de investimentos da Plátano Investimentos
Após 18 meses de guerra comercial entre os Estados Unidos e China prejudicando os mercados financeiros e desacelerando o crescimento global, o acordo assinado no último dia 15 de janeiro sinaliza boas perspectivas para as economias em geral.
Para o Brasil tende a ser positivo em alguns pontos e negativo em outros. A China havia deixado de negociar diretamente com os americanos e passou a importar as commodities brasileiras e agora, após o acordo, o Brasil tende a perder esse espaço, porém entrará em mercados em que os americanos deixarão de comercializar para atender a demanda chinesa.
O que irá acontecer nesta nova fase também influenciará o Banco Central a revisar os fatores que determinarão as decisões sobre o futuro dos juros e, consequentemente, com impacto direto sobre o mercado financeiro. A primeira impressão que se tem no mercado é de que os impactos desse acordo no Brasil tendem a ser marginais e que as empresas afetadas se adequarão rapidamente ao novo tratado.
O fato é que se a China retomar o crescimento econômico, os mercados mundiais aproveitariam esse momento para apontar um novo ciclo de expansão. A sinalização de uma mudança da trajetória de crescimento global acabaria trazendo ânimo para as empresas brasileiras, que são grandes exportadoras. O momento para começar a investir no Brasil tenderia a ser o melhor.