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Intérprete da Rede Municipal de Ensino de Ubatuba adapta realidade escolar à necessidade de aluno

(Foto: divulgação/Assessoria de Imprensa)
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Você já se imaginou tentando entender o mundo se não fosse capaz de escutar nenhum som? Se não soubesse ler nem falar? Essa é a realidade de nove crianças da Rede Municipal de Educação de Ubatuba.

Uma delas é o aluno Wellington de Souza Araújo, de 11 anos, que estuda na escola E.M. Sebastiana Luiza de Oliveira Prado, localizada no Araribá. O estudante tem em seu laudo surdez severa/ profunda, decorrente de uma paralisia cerebral. Quando nasceu, Wellington teve paralisia cerebral, porém, seu cognitivo se manteve saudável, mas a surdez surgiu como sequela.

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O mundo de Wellington

O estudante nasceu em Ubatuba, porém, mudou-se com a família para São Paulo, onde permaneceu por sete anos. Apesar de ter tido contato com um intérprete na escola da Capital, aprendeu apenas um pouco de Libras– Linguagem Brasileira de Sinais. Ele não tem fluência em nenhuma língua, seja português ou Libras e a maneira mais comum e usada com mais frequência para estabelecer alguma comunicação com ele é a leitura labial.

O papel dos intérpretes

Neste ano, a secretaria de Educação efetuou o chamamento de três intérpretes de Libras aprovados em Concurso Público, que passaram a integrar a equipe que tinha apenas dois profissionais, totalizando cinco.

Uma delas, é a jovem Rayane Batista Cruz dos Santos, de 24 anos, que foi alocada na unidade onde Wellington estuda. A jovem começou a perceber a dificuldade do garoto de interagir e compreender algumas coisas, por isso, surgiu a ideia de adaptar toda a escola a fim de promover a inclusão, como por exemplo, ações simples de colocar os símbolos dos sinais no alfabeto e ensinar o básico de conversação para quem mantém contato com Wellington.

Disposição e paixão

“É direito dele o uso de sua língua natural Libras. Visando isso, sempre peço para que todos usem a linguagem para conversar com o aluno. Como muitos não sabem, resolvi ensinar, viabilizando, assim, inclusão dele no ambiente escolar”, explicou a intérprete. Desta maneira, será disponibilizado para todos os envolvidos o curso básico de Libras com foco nos sinais.

Rayane já iniciou a capacitação para os funcionários que possuem maior afinidade com Wellington, visto que o horário de todos são incompatíveis. O treinamento já teve início, também, com a família.

“Durante a entrevista com a mãe, alertei da importância de ela aprender Libras. Como houve o interesse, eu me disponibilizei a ensinar

De acordo com relatos, tanto Wellington como a família estão muito felizes, pois o aluno encontrou alguém que foi capaz de entender suas necessidades e situá-lo no mundo.

Demais unidades

A ação de orientar em Libras está acontecendo também nas Escolas José Belarmino Sobrinho, Presidente Tancredo de Almeida Neves, Olga Gil e Maria Josefina Giglio da Silva.

“O número de crianças com surdez pode parecer mínimo diante dos quase 12 mil alunos que temos sob nossa responsabilidade na Rede, mas cabe a nós, como administração, reconhecer todos, sem exceção, como importantes. E é por isso que há toda uma equipe para oferecer suporte a essas crianças, promovendo, de fato, a inclusão delas nas nossas unidades de ensino e na sociedade”, valorizou a secretária de Educação, Pollyana Gama.

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