Sentado à beira da lagoa lá em terras brasilienses, Galvão Frade já compunha a marchinha de Maricota em 1986. O bloco que só sairia no ano seguinte, em São Luiz do Paraitinga, se tornou um dos blocos mais tradicionais do carnaval da região.
Galvão é músico, produtor e também compositor de duas marchinhas bem conhecidas pelos foliões: Juca Teles e Barbosa. Ele conta que o bloco Maricota surgiu para encerrar o carnaval de São Luiz, saindo de madrugada, após as bandas terminarem de tocar. Assim, o bloco arrastava as pessoas que resistiram aos dias de folia, e ainda aguentavam mais um percurso. Como complemento de percussão, Galvão recorda que os foliões pegavam as latas de metal, e que essas serviam como instrumento para dar também ritmo.
O ritmo que já ganhou apoio das latinhas dos foliões, na verdade, é inspirado no que a cultura vale-paraibana tem de mais forte: o folclore. Herdado das festas de São Benedito, o bloco Maricota tem fortes influências dos grupos de congadas da região. Durante seus 32 anos de existência, a intenção sempre foi pular carnaval com a força da cultura regional, tendo como instrumentos integrantes sanfona e viola, além da percussão.
Em 2010, ano da enchente que assolou a cidade do carnaval, o bloco passou a desfilar em outros municípios. Galvão explica que desde então, havia o desejo de vir tocar em Pindamonhangaba, mas que devido à agenda não era possível. Somente no último ano, que foi possível trazer pela primeira vez, o bloco Maricota para a Princesa do Norte. “Foi um sucesso. Emocionante ver muita gente cantando e dançando junto com o bloco”, fala o compositor.
O bloco que mistura a história de um pescador e folclore regional desfila na terça-feira (5/3), com concentração e saída na Praça do Quartel, às 16 horas. O percurso de 2,6 km segue em direção ao Parque da Cidade, onde a festa continuará com o Sambatuque até as 22 horas.