Especialistas explicam como evitar a perda de massa muscular com apoio de exercícios, dieta equilibrada e suplementação. Foto: Korrawinj / Freepik
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Manter a massa muscular após a cirurgia bariátrica é um dos desafios enfrentados pelos pacientes. A perda de peso rápida, comum nos primeiros meses após o procedimento, costuma vir acompanhada de uma redução da massa magra, o que pode afetar a força, a funcionalidade e a qualidade de vida. 

Segundo estudo publicado pela Universidade de São Paulo (USP), a perda de massa muscular é um dos efeitos adversos do emagrecimento acelerado condicionado pela bariátrica. A condição, chamada de obesidade sarcopênica, combina excesso de gordura com redução da massa magra e compromete o metabolismo, além de aumentar o risco de lesões e doenças crônicas.

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Para evitar a situação, especialistas afirmam que o foco na recuperação pós-bariátrica deve ir além da balança. Manter a integridade muscular é importante para garantir que o emagrecimento seja saudável, funcional e duradouro. 

Mudanças no estilo de vida, alimentação adequada, exercícios físicos regulares e suporte multiprofissional são apontados como indispensáveis nesse processo. Alguns recursos, como tomar psyllium para emagrecer, podem ser inseridos como coadjuvantes no plano alimentar. 

A médica da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Sandra Fernandes, recomenda o consumo de 10 gramas da fibra misturada em água ou suco, cerca de 30 minutos antes do almoço, para promover saciedade e auxiliar no controle do índice glicêmico. No entanto, ela ressalta que o psyllium deve estar associado à prática de exercícios e alimentação equilibrada para garantir resultados.

Estudo confirma atividade física como principal estratégia

Uma das principais estratégias para evitar a perda de massa muscular no pós-operatório é a prática de atividade física, como mostra a pesquisa conduzida pelo Grupo de Fisiologia Aplicada e Nutrição da USP com 80 mulheres submetidas à bariátrica. 

Durante o levantamento, o exercício supervisionado foi realizado três vezes por semana, iniciado três meses após a cirurgia. Os resultados confirmam que a atividade foi importante para preservar a massa magra, melhorar a força muscular e reverter parte das perdas estruturais nos músculos.

As pacientes que participaram do programa físico apresentaram melhora funcional em relação ao grupo controle, que não realizou os treinos. O estudo também apontou que o exercício foi capaz de suprimir genes associados à degradação de proteínas, evidenciando benefícios físicos e metabólicos. 

A recomendação é que o plano de treino seja composto por atividades aeróbicas e de resistência muscular, com acompanhamento profissional individualizado. Além dos exercícios, a suplementação pode ser indicada. A creatina, por exemplo, é uma substância utilizada por quem deseja manter ou ganhar massa muscular. 

Para entender como consumir creatina corretamente, é necessário buscar orientação profissional de nutricionista ou médico que possa avaliar o quadro de forma individualizada e direcionar dosagem e período de consumo, conforme cada caso.

De acordo com a Ocean Drop, marca brasileira especializada em suplementos naturais, a creatina pode ser consumida diluída em água ou sucos, de preferência junto a fontes de carboidrato para melhorar a absorção. 

A suplementação deve ser feita de forma regular, inclusive em dias sem treino, pois os efeitos são cumulativos. Há a possibilidade de iniciar com uma fase de saturação, quando o consumo é mais elevado nos primeiros dias para acelerar a absorção nos músculos. No entanto, essa abordagem não é indicada para todos, e a orientação do profissional de saúde é fundamental para ajustar as doses conforme as necessidades individuais.

Importância do acompanhamento a longo prazo

Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) mostram que, embora a perda de peso seja expressiva nos primeiros meses após a bariátrica, cerca de 10% do peso perdido costuma ser recuperado, o que é considerado normal. 

O problema surge quando esse reganho ultrapassa os 20%, indicando falhas na adesão ao novo estilo de vida. Nesse processo, o abandono do acompanhamento com nutricionistas, educadores físicos e psicólogos é considerado fator crítico.

A cirurgia não é uma solução definitiva, mas o início de uma jornada que exige disciplina e suporte contínuo. Além da alimentação equilibrada e da prática de exercícios, é aconselhável manter consultas regulares com os profissionais envolvidos, realizar exames laboratoriais periódicos e ajustar a suplementação vitamínica de acordo com o tipo de cirurgia realizada. O apoio da família e o entendimento de que a obesidade é uma doença crônica também fazem parte do processo.

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